RIO SUJO
Disseram e escreveram por aí que o rio Uima, nomeadamente no seu percurso em S. Jorge, estava mais sujo e obstruído nos idos anos da nossa meninice e adolescência (este nossa refere-se às pessoas que andem agora pelos 65 anos e daí para cima) do que agora.
Quem isso escreve ou diz, é seguro que não viveu naquela época e, falando do assunto não quis informar-se, ou se viveu na época, não viveu na zona.
Nesse tempo, em muitíssimos locais, a água do rio era drenada para os campos, no verão para rega e no Inverno para lima, pelo que o rio, no seu leito, tinha que estar sempre limpo, sobretudo no verão, quando os caudais eram exíguos. Quanto às margens ocorria o mesmo, por um lado porque os combros eram segados para pasto e as árvores bem cuidadas porque eram o suporte para as latadas americanas.
O que me fez soltar este desabafo foi ter olhado para o troço do rio ali mesmo a montante da ponte da Sé (encontro das ruas Dr. Coelho e António Ribeiro), troço que foi, não há muito, intervencionado e bem melhorado, e ter reparado naquele leito, absolutamente tomado por vegetação aquática. Dir-se-á que não estorva. Claro que não, mas, como não foi ali posta para embelezamento, dá ideia de que está a mais.
Se não há quem limpe, pelo menos que haja quem avise quem tutela a água pública e os leitos e margens, para que limpem. Ao menos naquele local.
José Pinto da Silva