segunda-feira, 18 de julho de 2011

COMO FIZERES ASSIM TERÁS

As eleições de 5 de Junho ditaram a renúncia de José Sócrates a toda a actividade política e a consequente precisão de escolha de um Secretário-Geral para o PS.

Era do conhecimento de todos, e dos militantes socialistas em particular, que A J SEGURO andou nos últimos seis anos, o tempo todo da governação socialista, a concitar os contactos aparelhísticos que tinha em agenda desde os tempos da secretaria da JS e a influenciar a imprensa, a escrita e a outra, que, há muito, o ia transportando ao colo como o putativo sucessor de Sócrates. Mesmo antes do Congresso de Abril houve quem aventasse que Seguro poderia aparecer como alternativa, a dar luta a Sócrates. O que teria feito se fosse de coluna vertical. Calou qualquer intenção, calou se iria intervir no Congresso, mas, no último dia, soube chegar atrasado, como todos os que querem pavonear-se, com recinto já bem lotado e com as câmaras a disparar os flashes e os repórteres a atropelarem-se, numa simulação de apoteose, como quando chega alguém importante. Tudo previamente bem encenado.

Estes antecedentes mostram à evidência como andava de pé à frente, doido por que a derrota do PS fosse profunda para provocar a demissão do secretário-geral e ficar ele com campo mais aberto e caminho supostamente mais livre.

Logo no dia das eleições, no hotel onde esteve com os que foram solidarizar-se com Sócrates, disse claramente que estaria disponível para “servir o meu partido de sempre e o meu país”. Ao ser solicitado para mais declarações, disse que agora queria ouvir o que vai dizer o “meu secretário-geral”. Até parecia haver ali algum resquício de solidariedade.

Claro que deu ordem de “avante” a toda a máquina que tinha já de motores aquecidos e fez sair a Moção de orientação, moção que, em 35 páginas não refere uma única vez a palavra que lhe queima a língua e que é “SÓCRATES”. Nem uma vez alude a Sócrates e só, como cão por vinha vindimada, faz ténue referência a uma que outra das coisas boas deixadas pelo governo socialista. Os analistas mais profundos não se coíbem de dizer que Seguro não apresenta um única ideia para o partido e muito menos para o país. E no vértice do flop está o livro que lançou, em plena campanha, onde continua a apresentar ideia nenhuma, de resto o livro é um aglomerado de prosas passadas no Expresso, com um preâmbulo pior que narcisista.

Esta actuação transporta-me para a parábola do filho que fez uma gamela para deixar ao pai quando ele fosse velho e doente e ouviu de seu filho que, mais tarde, tinha comprado uma goiva e um serrote que era para fazer também outra gamela para servir ao seu pai quando, também ele, fosse velho. Só merece que lhe suceda algo de parecido.

FRANCISCO ASSIS decidiu apresentar-se como candidato a sucessor de Sócrates e, a mesma imprensa, não esqueceu de, ao jeito de ironia e maldizer, colar aquele a este, como se aquele quisesse ser um extensão deste, sem ideias e mero continuador. Como se ASSIS não tivesse, em muitas circunstâncias, mesmo como líder parlamentar, deixado claro que tem um pensamento claro para o país e para o partido. Olhando para tais interpretações com a importância que merecem, elaborou a sua moção “A FORÇA DAS IDEIAS” e não deixou de assumir a herança de todo o passado do partido, manifestando honra em ter colaborado com Sócrates e salientado tantas boas obras deixadas pelo governo e deixando claras as causas da descida de popularidade e da derrota do PS nas eleições. Assume a herança, sem deixar de marcar a sua própria personalidade. É politicamente honesto.

Será um grande e sério Secretário-Geral que saberá modernizar o partido e extirpar alguns dos vícios que perduram.

Recordo o comício da Feira, poucos dias antes das eleições. Dos oradores, um foi o Presidente da Federação de Aveiro, que, porque estava na frente, disse de Sócrates o que qualquer anjo diria de Deus e em voz tonitruante, ainda que já tenuemente rouca de tanto repetir a panegíria. Claro que não foi um panegírico sentido, porque em poucas semanas embarca com quem só o olhava se de costas. E, no final, José Sócrates, agradado com o que ouviu, mas cuja hipocrisia não sabia ler, agradeceu e augurou futuro auspicioso para o panigirista. É pena quando o conceito de solidariedade anda tão arredado.

José Pinto da Silva

sexta-feira, 8 de julho de 2011

EU APOIO FRANCISCO ASSIS

Porque foi dito na moção de A J SEGURO e reiterado que “… queremos um partido a funcionar da base para o topo (onde e quantas vezes já ouvi isto, desde há dezenas de anos?) e não ao contrário. Queremos militantes activos e não apenas figurantes de eventos mediáticos e que só ratificam decisões já tomadas.”

E porque me lembro do que disse um seu bem mediático apoiante, colocado na dirigência média/alta, para tal eleito com maioria, a pretexto da apresentação de lista de candidatos a uma determinada eleição.

Camaradas, eu ganhei as eleições de forma clara, cabe-me a mim a escolha dos candidatos e a elaboração da lista. É de minha inteira responsabilidade, as pessoas que escolhi são, no meu entender, as melhores para o partido e para o que me proponho atingir no contexto da região.

Falei com os chefes dos órgãos locais que consegui contactar a comunicar a minha escolha e, sendo eu o responsável pela proposta, quem quiser pode sempre votar contra.

Algumas vozes a sabujar a proposta e os propostos, algumas dos próprios propostos a enaltecer a alta visão da escolha e uma voz isolada (corajosa) verberadora da metodologia e, saindo mesmo de boca meritória, foi ignorada e quase injuriada.

E, não tendo o proponente sido eleito com 100% dos votos, nem uma palavra prévia ou “a posteriori” ao adversário, que teve mais de um terço dos votos e dos eleitos para o órgão, a justificar as escolhas e muito menos a insinuar a indicação de um ou outro nome do seu lado. Nada. Ninguém. Ganhei. Logo posso, logo quero e mando. E a proposta é aprovada, sem um voto desviado. Ficou ratificada a decisão previamente tomada, no caso, pelo líder.

Vocês sabem do que estou a falar!!

Oxalá venha a haver mudança de métodos e de trato para com os militantes colocados em minoria.

Lidas (com cuidado) ambas as moções, fiquei absolutamente convicto de que ASSIS tem mais condições para a mudança interna. Por isso o apoio.

José Pinto da Silva