AS AUTÁRQUICAS CUSTAM….!
Escreveu
alguém nalgum órgão divulgador, logo a seguir ao início do que se designa por
pré-campanha, e mesmo antes, que alguns candidatos faziam gastos pornográficos.
E, na altura, apontava as baterias para o candidato à Câmara do Porto, Filipe
Menezes. Será, ao que agora se diz, a maior gastador, com gastos agravados no
período de campanha, propriamente dito, em que os gastos com porco assado a
Barreiros saltando fizeram saltar a tampa do descontrolo. Problema dele, dos
pagadores (diz-se que sai boa parte dos cofres camarários de Gaia) e de quem
depois há-de controlar as contas.
Mas, mesmo por
cá, o candidato do establishment, do poder, diga-se, em matéria de out-doors
deixou a concorrência a léguas de distância. Terá exorbitado e transgredido a
lei que estabelece superfícies máximas? E, claro, depois passou a bucha às
freguesias, por onde os painéis primaram pelo tamanho dos da sede. Eles lá
farão as contas. Depois, e noto porque me caiu na caixa, desafiaria os
candidatos a exibirem a factura relativa a um documento que tem o título “Transformámos
o nosso concelho num bom lugar para viver”. Pela quantidade
previsível (140 000 habitantes, com média de 3 pessoas por lar, daria 46 000,
mais os entregues em mãos e postos aos montes nos locais de presença de
público, fá que tenha chegado aos 50 000), pela qualidade do papel e impressão,
a factura deve ser mesmo de estontear. E, claro, o vício passou-se para as
candidaturas freguesiais. A profusão e a qualidade do invólucro. Melhor, bem, melhor
do que o conteúdo.
O Camarário
tem duas particularidades: a primeira é que não faz referência a nadisca de
nada que possa ter acontecido em Caldas de S. Jorge. Podiam, ao menos, misturar
uma foto das Termas ou da menina dos olhos do candidato que é o Ilha Bar e
fica-se a saber que o candidato sabia que existia Caldas de S. Jorge. Na página
9 coloca Zonas Industriais, mas, talvez por casualidade, não mencionou a Zona
Industrial da ROMARIZ/ PIGEIROS, quiçá a mais cabal prova de má previsão, ou de
má promoção, ou de má execução. Mesmo ruim, deveria ter merecido vir no mapa.
O Freguesial tem
logo a característica de as primeiras quatro mulheres candidatas são de
Pigeiros. O que pensarão as mulheres de Caldas de S. Jorge? Sendo o continente
de apresentação cara, o conteúdo tem as banalidades repetidas e chamou-me a
atenção, na última página, e achei graça, em declaração individual, à expressão
“ conheço a nossa realidade
sócio-cultural….” Também notei, pela
inviabilidade, a abertura de ruas, eventualmente úteis, mas não necessárias,
sobretudo as que andam nos cartazes há 15/20 anos. Quanto ao feito, sairá
noutro escrito a ser feito.
José Pinto da Silva