UM OLHAR (o meu) SOBRE AS ELEIÇÕES
A primeira impressão é que, em S. Jorge, o PS sofreu uma derrota feia, tendo em conta, sobretudo, a expectativa que foi sendo criada, face a uma campanha serena e abrangente. Em termos absolutos, receber menos 238 votos do que o adversário mais directo, foi castigo severo, vendo-se que em 2009 a diferença fora só de 170 votos, tendo havido então mais 108 votantes (1717 – 1607).
A distribuição
de votos pelos diversos concorrentes sugere algumas interrogações, como seja, acima
de tudo, a diferença de votos no CDS, em relação a 2009 (menos 198 votos). Aqui
o grande desequilíbrio – a perda do CDS foi benefício directo do PSD – mais o
aumento da abstenção que terá afectado mais marcantemente o PS.
O QUE TERÁ
LEVADO OS ELEITORES A TAL OPÇÃO? Pelas personalidades candidatas e respectivas
formações não terá sido, de certeza, e mesmo o acervo experiencial para cada
cargo não era, de modo algum, desfavorável à lista do PS. Se o primeiro
candidato vencedor é autarca desde 2008, o primeiro candidato derrotado é-o
desde 2001 e, além da sua função específica (tesoureiro) foi exercendo
formalmente outras funções, incluindo de representação da autarquia (de
Pigeiros) por delegação do presidente. Os primeiros 5 candidatos da lista do PS
são TODOS bem conhecidos da generalidade dos caldenses, tendo-se que o primeiro
nasceu em Caldas de S. Jorge e ali viveu até aos 22 anos e, residindo já em
Pigeiros, foi presidente do Caldas S. Jorge Futebol Clube durante 9 anos
consecutivos. E é cá que faz o melhor da sua vida social. Os outros 4 são
pessoas de cá e bem conhecidas na freguesia. Bem ao contrário, nos 5 primeiros
do PSD, estão duas senhoras (a nº. 2 e anunciada secretária do executivo) que
efectivamente não são conhecidas em S. Jorge, mesmo sendo a nº.2 integrante do
Agrupamento de Escoteiros. A que está em 4º. Lugar é estudante em Portimão.
Adivinha-se que, ou renuncie, ou que venha a faltar às reuniões da Assembleia
de Freguesia. Enfim, que se pronunciem os sociólogos.
É provável e
será mesmo seguro que o eleitorado tenha sido sensível às “obras” - coloco
obras entre comas, expressamente – planeadas e agendadas pela Câmara para o mês
das eleições (recordo que em Abril o projecto dos arranjos na área das escolas
e Av. do Parque Desportivo estava quase, quase pronto, visto por mim - e mais duas pessoas de cá - na Câmara); o mesmo para a aplicação dos
painéis de sinalização, o início da barragem na Sé e a colocação da legião de
trabalhadores do IEFP. A este propósito gostaria de saber onde está orçamentada
a verba para estas execuções, (não para pagar aos desempregados, pois há
dotação) lembrando uma vez mais que fazer sair dinheiro não orçamentado é
crime. De todo o modo, foi tudo bem agendado e surtiu efeito proveitoso.
Diz-se
aforisticamente que tanto se serve exercendo o poder, como fazendo oposição,
pelo que se espera que os eleitos de oposição a pratiquem efectivamente.
Inclusive denunciando irregularidades, incumprimentos e denunciando em sede de
Assembleia e nas instâncias tutelares a opacidade nas contas, na sua
apresentação pública e nos diversos procedimentos. Há experiência executiva num
e noutro lado da barricada.
José Pinto da Silva
Anotações: Contam-se cenas, como
reais, e que, sendo-o são “de gritos”
e mesmo que não sejam, são
absolutamente verosímeis, conhecendo-
os supostos “diseurs” e
formas de agir no passado recente: “Se eu perder
estou f..dido”. Imagina-se o
que andará por debaixo das mantas do
segredo. Outro: “se eu não
ficar, ponho a boca no trombone e sai tudo”
Vamos aguardar a
constituição do executivo, pois é voz corrente que
surgirão, contrariando o
mais expectável.