sexta-feira, 18 de outubro de 2013

UM OLHAR (o meu) SOBRE AS ELEIÇÕES

A primeira impressão é que, em S. Jorge, o PS sofreu uma derrota feia, tendo em conta, sobretudo, a expectativa que foi sendo criada, face a uma campanha serena e abrangente. Em termos absolutos, receber menos 238 votos do que o adversário mais directo, foi castigo severo, vendo-se que em 2009 a diferença fora só de 170 votos, tendo havido então mais 108 votantes (1717 – 1607).
A distribuição de votos pelos diversos concorrentes sugere algumas interrogações, como seja, acima de tudo, a diferença de votos no CDS, em relação a 2009 (menos 198 votos). Aqui o grande desequilíbrio – a perda do CDS foi benefício directo do PSD – mais o aumento da abstenção que terá afectado mais marcantemente o PS.
O QUE TERÁ LEVADO OS ELEITORES A TAL OPÇÃO? Pelas personalidades candidatas e respectivas formações não terá sido, de certeza, e mesmo o acervo experiencial para cada cargo não era, de modo algum, desfavorável à lista do PS. Se o primeiro candidato vencedor é autarca desde 2008, o primeiro candidato derrotado é-o desde 2001 e, além da sua função específica (tesoureiro) foi exercendo formalmente outras funções, incluindo de representação da autarquia (de Pigeiros) por delegação do presidente. Os primeiros 5 candidatos da lista do PS são TODOS bem conhecidos da generalidade dos caldenses, tendo-se que o primeiro nasceu em Caldas de S. Jorge e ali viveu até aos 22 anos e, residindo já em Pigeiros, foi presidente do Caldas S. Jorge Futebol Clube durante 9 anos consecutivos. E é cá que faz o melhor da sua vida social. Os outros 4 são pessoas de cá e bem conhecidas na freguesia. Bem ao contrário, nos 5 primeiros do PSD, estão duas senhoras (a nº. 2 e anunciada secretária do executivo) que efectivamente não são conhecidas em S. Jorge, mesmo sendo a nº.2 integrante do Agrupamento de Escoteiros. A que está em 4º. Lugar é estudante em Portimão. Adivinha-se que, ou renuncie, ou que venha a faltar às reuniões da Assembleia de Freguesia. Enfim, que se pronunciem os sociólogos.
É provável e será mesmo seguro que o eleitorado tenha sido sensível às “obras” - coloco obras entre comas, expressamente – planeadas e agendadas pela Câmara para o mês das eleições (recordo que em Abril o projecto dos arranjos na área das escolas e Av. do Parque Desportivo estava quase, quase pronto, visto por mim  - e mais duas pessoas de cá -  na Câmara); o mesmo para a aplicação dos painéis de sinalização, o início da barragem na Sé e a colocação da legião de trabalhadores do IEFP. A este propósito gostaria de saber onde está orçamentada a verba para estas execuções, (não para pagar aos desempregados, pois há dotação) lembrando uma vez mais que fazer sair dinheiro não orçamentado é crime. De todo o modo, foi tudo bem agendado e surtiu efeito proveitoso. 
Diz-se aforisticamente que tanto se serve exercendo o poder, como fazendo oposição, pelo que se espera que os eleitos de oposição a pratiquem efectivamente. Inclusive denunciando irregularidades, incumprimentos e denunciando em sede de Assembleia e nas instâncias tutelares a opacidade nas contas, na sua apresentação pública e nos diversos procedimentos. Há experiência executiva num e noutro lado da barricada.

José Pinto da Silva

Anotações: Contam-se cenas, como reais, e que, sendo-o são “de gritos”
                   e mesmo que não sejam, são absolutamente verosímeis, conhecendo-
                   os supostos “diseurs” e formas de agir no passado recente: “Se eu perder
                   estou f..dido”. Imagina-se o que andará por debaixo das mantas do
                   segredo. Outro: “se eu não ficar, ponho a boca no trombone e sai tudo”
                   Vamos aguardar a constituição do executivo, pois é voz corrente que
                   surgirão, contrariando o mais expectável.


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