quinta-feira, 24 de outubro de 2013

UM OLHAR (o meu) SOBRE AS ELEIÇÕES

Depois das notas com este mesmo título da edição de 21 deste mês, será justo e talvez oportuno dar uma olhada sobre os resultados em Pigeiros. Ali o PS, seguindo, de resto, o habitual, venceu folgadamente com 386 votos contra 168 do PSD. Relativamente a 2009, o PSD obteve menos 71 votos e o PS menos 68, detalhe a que não é alheia a subida forte da abstenção. Votaram este ano menos 158 eleitores do que em 2009 e, é dito por lá, que o PS terá sido fortemente mais afectado por estas ausências. Houve algum aumento nos brancos e nulos e outros concorrentes, CDS e CDU, baixaram forte em percentagem, mas poucos votos em termos absolutos.
Na União (não acontecerá muita desunião no evoluir?) o PS perde por 20 votos e, se dividirmos os votos recebidos por mandatos obtidos, conclui-se que ao PSD cada mandato custou 201 votos (1006:5 =201), enquanto no PS cada mandato ficou bem mais caro, custou 246 votos (986:4 = 246), o que significa que a diferença de “preço” só de um mandato transferiria a vitória. Normativos da lei e do sistema.
No dia 22 foram empossados todos os eleitos, incluindo os substitutos dos integrantes do executivo e também o substituto da primeira (previsível) resignatária, a estudante em Portimão, Márcia Costa. Se na eleição da Mesa não ocorreu nada de anormal (5 votos a favor e 4 brancos), já na eleição dos vogais executivos surgiu uma areia na engrenagem, já que os 4 do PS votaram branco e houve mais um voto branco. Logo 4 a favor e 5 brancos, o que significa um transvio. Se, como alguns defendiam, o PS tivesse votado contra, resultava empate e, numa segunda votação, no mesmo dia ou noutra data, poderia haver arraste, porquanto é dito à boca alta que teria havido a promessa do segundo vogal a três eleitos. São especulações, claro, mas verosímeis.
Da secretária executiva, Dra. Joana Vasconcelos, é dito que, dada a sua actividade profissional, a intensidade dela e o local de exercício, terá pouca disponibilidade para dar tempo à Junta. Sendo advogada, poderá ser muito útil, se exercer em tempos mínimos, para chamar a atenção para as irregularidades compulsivas do presidente. Os mandatos anteriores são bem disso prova e os vogais não tinham nenhuma influência sobre o presidente, de molde a fazê-lo corrigir atitudes. Ele nem aos “adjuntos” dava cavaco.
A eleita presidente da Mesa (notar que é o cargo maior da autarquia), ao que dizem, não tem nenhuma experiência autárquica, pelo que ter-se-á que esperar para ver como lidera a construção do Regimento e como conduz as reuniões que, dependendo do activismo da oposição e do comportamento do executivo, podem vir a ser de alguns conflitos que terão que ser dirimidos pela presidente da Mesa. Terá sido a boa escolha? Ou terá sido só para alguém de Pigeiros ficasse a presidente de qualquer coisa.
Anda curiosidade no ar sobre quem terá sido o trânsfuga na votação para os vogais, até porque no espaço entre a eleição e a posse se foram ouvindo “bocas” de que este exigia ter este ou aquele posto, porque senão … algo esturraria e de que andariam no ar muitas aflições porque os tapetes estavam a encobrir montanhas de lixo. Algum desse lixo tem sido aqui por mim denunciado. Mas haverá muito mais.
Que se desenvolva actividade viva, sem receio de alguma conflituosidade, por banda da oposição. Só assim se servirão as freguesias.


José Pinto da Silva
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