UM OLHAR (o meu) SOBRE AS
ELEIÇÕES
Depois das
notas com este mesmo título da edição de 21 deste mês, será justo e talvez
oportuno dar uma olhada sobre os resultados em Pigeiros. Ali o PS, seguindo, de
resto, o habitual, venceu folgadamente com 386 votos contra 168 do PSD.
Relativamente a 2009, o PSD obteve menos 71 votos e o PS menos 68, detalhe a
que não é alheia a subida forte da abstenção. Votaram este ano menos 158
eleitores do que em 2009 e, é dito por lá, que o PS terá sido fortemente mais
afectado por estas ausências. Houve algum aumento nos brancos e nulos e outros
concorrentes, CDS e CDU, baixaram forte em percentagem, mas poucos votos em
termos absolutos.
Na União (não
acontecerá muita desunião no evoluir?) o PS perde por 20 votos e, se dividirmos
os votos recebidos por mandatos obtidos, conclui-se que ao PSD cada mandato
custou 201 votos (1006:5 =201), enquanto no PS cada mandato ficou bem mais
caro, custou 246 votos (986:4 = 246), o que significa que a diferença de
“preço” só de um mandato transferiria a vitória. Normativos da lei e do
sistema.
No dia 22
foram empossados todos os eleitos, incluindo os substitutos dos integrantes do
executivo e também o substituto da primeira (previsível) resignatária, a
estudante em Portimão, Márcia Costa. Se na eleição da Mesa não ocorreu nada de
anormal (5 votos a favor e 4 brancos), já na eleição dos vogais executivos
surgiu uma areia na engrenagem, já que os 4 do PS votaram branco e houve mais
um voto branco. Logo 4 a favor e 5 brancos, o que significa um transvio. Se,
como alguns defendiam, o PS tivesse votado contra, resultava empate e, numa
segunda votação, no mesmo dia ou noutra data, poderia haver arraste, porquanto
é dito à boca alta que teria havido a promessa do segundo vogal a três eleitos.
São especulações, claro, mas verosímeis.
Da secretária
executiva, Dra. Joana Vasconcelos, é dito que, dada a sua actividade
profissional, a intensidade dela e o local de exercício, terá pouca
disponibilidade para dar tempo à Junta. Sendo advogada, poderá ser muito útil,
se exercer em tempos mínimos, para chamar a atenção para as irregularidades
compulsivas do presidente. Os mandatos anteriores são bem disso prova e os
vogais não tinham nenhuma influência sobre o presidente, de molde a fazê-lo
corrigir atitudes. Ele nem aos “adjuntos” dava cavaco.
A eleita
presidente da Mesa (notar que é o cargo maior da autarquia), ao que dizem, não
tem nenhuma experiência autárquica, pelo que ter-se-á que esperar para ver como
lidera a construção do Regimento e como conduz as reuniões que, dependendo do
activismo da oposição e do comportamento do executivo, podem vir a ser de
alguns conflitos que terão que ser dirimidos pela presidente da Mesa. Terá sido
a boa escolha? Ou terá sido só para alguém de Pigeiros ficasse a presidente de
qualquer coisa.
Anda
curiosidade no ar sobre quem terá sido o trânsfuga na votação para os vogais,
até porque no espaço entre a eleição e a posse se foram ouvindo “bocas” de que
este exigia ter este ou aquele posto, porque senão … algo esturraria e de que
andariam no ar muitas aflições porque os tapetes estavam a encobrir montanhas
de lixo. Algum desse lixo tem sido aqui por mim denunciado. Mas haverá muito
mais.
Que se
desenvolva actividade viva, sem receio de alguma conflituosidade, por banda da
oposição. Só assim se servirão as freguesias.
José Pinto da Silva