domingo, 19 de janeiro de 2014

FERIADO MUNICIPAL

A 20 de Janeiro de cada ano realiza-se a Festa das Fogaceiras, tradição velha de mais de 500 anos. A história está contada e escrita e por aqui me fico quanto a isso.
A partir de que foi instituído o princípio do “Feriado Municipal”, os órgãos municipais da Feira deliberaram que o feriado municipal neste concelho seria exactamente o dia das Fogaceiras. Sem contestação. Como não seria contestado se fosse outra data, como, sei lá, a data da elevação da sede a cidade. Ou outra.
Mas há uma verdade que é irrefutável. Tirando aquelas freguesias mais em torno da sede do concelho, a população do concelho alheia-se totalmente do feriado – tirando aqueles que, por lei, não trabalhando têm direito à remuneração por servirem outrem – e desenvolve a sua actividade normal nos campos, nos serviços e mesma indústrias que laboram normalmente. Daí que muita gente diga, com lógica, que não é feriado municipal, mas feriado da sede do concelho e limítrofes.
Em reunião tertuliana, faz bastante tempo, em Caldas de S. Jorge e no decurso da qual foi atirado para a roda da conversa o tema do feriado municipal, da indiferença como é visto por muita gente, uma voz se levantou e disse: Será que a Câmara não se abriria a um espírito descentralizador e não aceitaria que as freguesias, as que quisessem, designassem o seu dia para Feriado “Paroquial, ou Local”?. Será que valeria a pena alguns de nós subscrever um requerimento a pedir que, em Caldas de S. Jorge, o dia feriado anual passasse a ser o 23 de Abril, dia do Padroeiro, em vez do dia 20 de Janeiro? E se a Câmara acedesse, será que a Assembleia Municipal ratificaria a ideia? E qual seria a reacção das outras freguesias do concelho, sobretudo as mais próximas dos limites externos do concelho? Não haveria outras que acolheriam a ideia? Será que Fiães e Lourosa, por exemplo, não entenderiam mais curial guardar feriado nos dias da elevação daquelas então vilas à categoria de cidade?
Ninguém ficou incumbido de escrever qualquer requerimento para submissão à apreciação da tertúlia que, para o caso, podia e deveria ser alargada. Mas que a ideia está no solo, está. Aguardam-se reacções de mais freguesias. Digam da vossa justiça.


José Pinto da Silva
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