FERIADO MUNICIPAL
A 20 de
Janeiro de cada ano realiza-se a Festa das Fogaceiras, tradição velha de mais
de 500 anos. A história está contada e escrita e por aqui me fico quanto a
isso.
A partir de
que foi instituído o princípio do “Feriado Municipal”, os órgãos municipais da
Feira deliberaram que o feriado municipal neste concelho seria exactamente o
dia das Fogaceiras. Sem contestação. Como não seria contestado se fosse outra
data, como, sei lá, a data da elevação da sede a cidade. Ou outra.
Mas há uma verdade
que é irrefutável. Tirando aquelas freguesias mais em torno da sede do
concelho, a população do concelho alheia-se totalmente do feriado – tirando
aqueles que, por lei, não trabalhando têm direito à remuneração por servirem
outrem – e desenvolve a sua actividade normal nos campos, nos serviços e mesma
indústrias que laboram normalmente. Daí que muita gente diga, com lógica, que
não é feriado municipal, mas feriado da sede do concelho e limítrofes.
Em reunião
tertuliana, faz bastante tempo, em Caldas de S. Jorge e no decurso da qual foi
atirado para a roda da conversa o tema do feriado municipal, da indiferença
como é visto por muita gente, uma voz se levantou e disse: Será que a Câmara
não se abriria a um espírito descentralizador e não aceitaria que as
freguesias, as que quisessem, designassem o seu dia para Feriado “Paroquial, ou
Local”?. Será que valeria a pena alguns de nós subscrever um requerimento a
pedir que, em Caldas de S. Jorge, o dia feriado anual passasse a ser o 23 de
Abril, dia do Padroeiro, em vez do dia 20 de Janeiro? E se a Câmara acedesse,
será que a Assembleia Municipal ratificaria a ideia? E qual seria a reacção das
outras freguesias do concelho, sobretudo as mais próximas dos limites externos
do concelho? Não haveria outras que acolheriam a ideia? Será que Fiães e
Lourosa, por exemplo, não entenderiam mais curial guardar feriado nos dias da
elevação daquelas então vilas à categoria de cidade?
Ninguém ficou
incumbido de escrever qualquer requerimento para submissão à apreciação da tertúlia
que, para o caso, podia e deveria ser alargada. Mas que a ideia está no solo,
está. Aguardam-se reacções de mais freguesias. Digam da vossa justiça.
José Pinto da Silva