sexta-feira, 6 de agosto de 2010

AMBIENTE

RESÍDUOS INDUSTRIAIS PERIGOSOS

Antigamente, as galvanoplastias (zinco/niquelo/cromagens) deixavam nas tinas umas lamas que continham resíduos de diversos metais pesados e continham cianeto, substância altamente tóxica. Essas lamas eram periodicamente retiradas e, diz-se, alguns iam enterrá-las em locais mais ou menos inóspitos, nos montes, outros guardavam-nas em bidões ou em embalagens próprias e retinham-nas “por aí”. Às vezes, ao lavar das tinas, se os efluentes eram deixados sair para o exterior, naturalmente, pelas valetas chegavam ao rio e aconteciam as mortandades da fauna piscícola, como todos nos recordamos.
Há uns anos a Sòbrinca entrou em insolvência e do seu “recheio” fazia parte uma grande quantidade de sacas contendo dessas perigosas lamas.
Disseram-nos que, depois da cessação da actividade, os “herdeiros” da massa falida se aperceberam do “biscate” que lhes ficou nas mãos e sabiam eles que para o neutralizar teriam que exportar, com os custos inerentes, porque em Portugal não estava institucionalizada a co-incineração. Andaram as sacas em bolandas do edifício de cima para o debaixo e depois deste para o de cima e o certo é que a “bomba” está no interior das instalações, onde era a serralharia, ao que nos é dito.
O tecido das sacas deteriorado pelo tempo passado e o tecto está em vias de colapso, pelo que as próximas chuvadas – que nesta altura e com este tempo gostaríamos viessem já – encaminharão aquilo para o rio, via valetas. As consequências que sejam imaginadas.
Dizem uns que as instalações estão ainda à responsabilidade do Gestor Judicial e dizem outros que terão sido vendidas a um empresário da zona de Arouca. De quem que quer que sejam, foi feito alerta à EPNA (Departamento da GNR – Feira – que cuida da Protecção da Natureza e do Ambiente) e só se espera que despoletem medidas que levem aquilo para onde possa ser destruído, sendo os custos imputados a alguém. Não deixará de ser requerida a intervenção do responsável pela Protecção Civil da Câmara da Feira.

RESÍDUOS SÓLIDOS DOMÉSTICOS

Desde há muito que, neste concelho, está implementada a recolha, porta a porta, pelos Serviços Municipais, dos lixos domésticos. Os restos de comida, porquanto, em teoria, os recicláveis – papel, plásticos e vidros – são colocados nos Eco Pontos (infelizmente ainda muita gente não se dá a essa tão útil tarefa).
Os carros de recolha, na nossa freguesia, passam às quartas-feiras e aos sábados, pelo que é de bom-tom – direi que será obrigatório – que os cidadãos coloquem os sacos com esses restos nos pontos de recolha habituais nas noites de terça-feira e de sexta-feira. E assim é (era) costume.
Parece que, desde há pouco tempo, um estabelecimento da área da restauração pretendia que, bem perto, fossem instalados contentores de lixo. Exactamente dos que os outros estabelecimentos do mesmo sector também NÃO têm. Como a pretensão não foi atendida, solução logo arranjada. Os sacos com os restos são colocados no local de recolha – basto longe do foco produtor dos restos, que o cheiro chateia – não nas noites de terça e de sexta, mas logo que produzidos e vêem-se os sacos colocados ao sábado e domingo à noite – para recolha na quarta seguinte – ficando o pivete para ser cheirado por quem por ali tem que estar e por quem tem que por ali passar. O Vereador do Ambiente da Câmara sabe da estória. Ouvimos um cidadão, revoltado, telefonar-lhe. Voltará de novo a moda dos contentores? Só porque alguém mais importante – importante? – o reclama?

José Pinto da Silva
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