sexta-feira, 29 de maio de 2015

PCP E MELANCIA, VERDADEIRAMENTE REACCIONÁRIOS



Sempre assim foi, mas nos tempos mais recentes, o Partido Comunista e seu apêndice que qual melancia, nascido com a barriga no chão, pelas declarações, intervenções onde haja microfone e autocarros alugados, lá põe o líder, ou um dos canários recém promovidos a porta-voz a dizer umas coisitas do governo e dos partidos que o suportam e apoiam, para, logo de seguida e de rompante, se atirarem ao PS, como gato a bofe.
Ouvi a entrevista de ontem do camarada Jerónimo ao Vítor Gonçalves na RTPI e a conclusão imediata é a de que, a falar de palanque, com a certeza de não contradita, o homem debita toda aquela série de frases preparadas, muitas delas repetidas até à exaustão. Numa entoação muito parecida com o pregador no púlpito de qualquer ermida. Mas no debate, se o interlocutor for atento e assertivo, o camarada líder torce para todos os lados e, claro, mete os pés pelas mãos. E ontem fez-se prova a tornar-se paradigma. Fez rir a resposta que deu à pergunta se o PCP não se arrependeu de ter votado contra o PEC4. Tremeu, tossiu e disse que continha medidas austeras para o povo e para os trabalhadores. Mas esqueceu-se, como se esquece sempre que está por perto o PS, que após a queda de um governo PS, só pode vir pior, porque virá sempre o PSD, amparado, ou não, pelo CDS. Porque o PCP nunca é, e não será a prazo visível, alternativa de poder ou mesmo de condicionamento de qualquer poder. O camarada não será muito dado a leituras, que as coisas lhe são migadas pelos intelectuais, mas que se informe sobre as diferenças entre os conteúdos do PEC4 e do Memorando. É sabido, até pela prática nos 39 anos de democracia, que o PCP, de entre o PS e qualquer partido de extremíssima direita, opta por este em detrimento daquele. Sabe e usa que entre o PS e o PCP andam muitos milhares de eleitores flutuantes e o PCP guerreia por esse mercado, mais do que a Coca tenta roubar à Pepsi..
Li o APELO, li os 5 EIXOS e li (depois de o ter ouvido) o discurso de apresentação dos objectivos. Claro que não disse nadíssima de novo, até mesmo a redução de 50% do empréstimo da troyka. Poderia muito bem dizer de forma explícita que querem a saída do euro e, quem sabe, da UE. O programa definitivo virá lá para Julho. Foi dito e está escrito. Isto, a destempo e nada anunciado, foi a tentativa, claro que frustrada, de desviar as atenções da proposta de Programa Eleitoral do PS, esse elaborado, ponto por ponto, com ideias claras, ainda que sujeitas a uma que outra limadela em função de achegas que podem ainda ser enviadas. O Programa definitivo será tornado público numa Convenção marcada HÁ MUITO para o dia 6 de Junho. Pois a reaccionarite do PCP levou-o a convocar para esse mesmo dia o que ele chama “Marcha Nacional” desde o Marquês ao Rossio, com transportes garantidos de qualquer ponto do país. É esse o APELO. Curiosamente, o governo também anunciou, para o dia 5, o cerimonial macabro da (eventual) venda da TAP. Foram aliados no PEC4 e são-no agora outra vez. Aliados no objectivo.
Vamos recordar. O governo escreveu no PEC de Abril que será necessário cortar 600 milhões nas pensões. Corte definitivo e sem retorno. E para desmentir o desmentido da ministra Swap, basta ouvir o comentador Marcelo. A reacção do PS foi, de imediato, que não concordava e que se recusava a qualquer discussão estando essa proposta na mesa. Pois o camarada Jerónimo, numa qualquer intervenção, falou disso, criticou o governo, mas insinuou um “arranjinho” entre governo e PS para se concretizar esse corte. E Jerónimo tinha a certeza de que o PS, também pela voz de António Costa, tinha declarado que nem sequer discutiria a sustentabilidade, estando essa proposta para discussão.
Na apresentação dos objectivos aparece treze vezes o “patriótico e de esquerda”, referindo-se a governo, programa, política ou alternativa. E carece de explicação. Se for diferente, no que quer que seja, do proposto pelo PCP deixa de ser patriótico? Que conceito tem o PCP de patriotismo? Quanto a ser de esquerda, até aí pode haver questionamento. Ou será mais canhoto do que de esquerda?

José Pinto da Silva  


terça-feira, 19 de maio de 2015

CERCADO (?) ou EM TERRENO ABERTO


         Li. Claro, o mais recente livro que tem na capa a imagem de José Sócrates e, só por isso, e, porque se trata de casos com ele relacionados tem êxito venal garantido. Mas não passa de uma fraude, de um embuste, de uma vigarice, de um roubo público. Todo o volume não vai além de transcrever, ou dados do processo em que Sócrates está envolvido agora, e porque não sei, pergunto se os elementos do processo dados aqui à estampa estão acessíveis a todos ou se só estão a quem levar a etiqueta Cofina.
Mesmo do processo reproduz, em termos genéricos, dados já saídos nos tablóides, com um que outro acrescento. Ou corte. Até ao nojo. Ou verbas transferidas de S. Silva para este e mais aquele, para Sócrates, para a mãe, para o motorista, para amigos, para mais este ou para a mulher daquele. Com números tão credíveis como “entregas entre 10 e 100 mil euros”. Enfim … Teixeiradas.
Depois vai reproduzindo o que qualquer pessoa minimamente atenta foi lendo no decorrer dos tempos sobre os diversos processos em que Sócrates foi vil e soezmente massacrado, vilipendiado, sem nunca ser acusado e, em geral, nem mesmo investigado judicialmente, a não ser no Face Oculta. Mas nada é dito de novo, nem mesmo a transcrição de escutas Sócrates / Vara, supostamente mandadas destruir pelo Presidente do Supremo T. de Justiça, mas que apareceram por aí nos jornais. A justiça da nossa justeza.
Fala da Cova da Beira, volta ao Freeport da carta “anónima”, mas cujos autores, todo gente da alta, foram divulgados na Revista da O A; dos projectos de sua autoria (ou não) na Câmara da Guarda e fala do caso da licenciatura. Neste tema último li coisas que, ou por não publicadas, ou por distracção minha, não tinha lido antes. Está mais desenvolvido, mas o certo é que foi ilibado de qualquer culpa tendo o processo sido mandado arquivar. Ainda que, olhando tudo, possa haver por ali alguma névoa. Algum favorzito? Talvez!
Fala também, sem acrescentar nada de novo, nos últimos estertores do governo socialista. Tudo foi escrito até ao vómito em jornais e noutros livros, nomeadamente a designada “traição” do seu ministro das finanças, Teixeira dos Santos; aborda o tema das célebres e cobardes entrevistas agendadas e levadas a antena em dias seguidos por Judite Sousa aos 5 maiores banqueiros a “exigirem” o pedido de ajuda internacional, todos grandes, como se veio a provar com Ricardo Salgado e o seu “sólido” BES, tudo gizado para apressar a queda do governo; aborda a frieza, para não dizer agressividade, nas relações primeiro-ministro / Cavaco. Tudo isso já lido e relido noutras fontes, logo … reprodução, cópia, embuste, forma fácil de ensacar uns bons milhares de euros à pendura do nome e da imagem de Sócrates na capa. E será tal uso da imagem de outrem sem prévia autorização e para puro benefício financeiro, lícito?      
Será curioso abordar pela tona o história da compra do seu próprio livro para simular best selling. Claro que se trata de uma filhadaputice reportar nomes de pessoas que serão, pelo menos, tão dignas e sérias como quaisquer Alexandres ou Rosários. A insinuação é a de que fora montada uma rede para adquirir livros nos mais diversos pontos de venda, sendo, naturalmente, posta à disposição a verba necessária. Sempre através do amigo de Sócrates. Assim, na pag. 61  diz-se que foram transferidos € 170.000,00 para comprar 10.000 livros, o que dá o preço unitário de € 17,00. Já não me lembro quanto paguei pelo meu, mas foi o preço de capa no mercado normal. Na pag. 62 é dito que foram disponibilizados € 20.000,00 para comprar 1.916 livros (que número esquinudo!), o que dá € 10,438 por livro. Comprados nas Fnacs, nas Bertrands e outras livrarias com tal variação de preços? Só delirando.
Para porta dourada de fecho, por acaso ou expresso, há algumas citações que me atrevo a fazer, porque se trata de expressões que, só por si, anulam a maioria dos tratos de polé de que foi alvo no decurso da sua vida política, partidária e em governação.
José Sócrates é um personagem maior, entre os políticos dos últimos 20 anos”. “É carismático, visceral, é explosivo, quase irracional. É culpado? É inocente? Não se sabe. (parece que uns tais Alexandre / Rosário sabem, mas não são capazes de dizer como, quando, com quem, em que tempo, donde e para onde e com que intensidade. O entre parêntesis é meu). Uma coisa é certa: É tudo menos indiferente!”
Na hora em que sabia que ia ser detido, estando ainda no estrangeiro (Paris), donde poderia zarpar para qualquer parte do mundo onde se poderia resguardar, disse ao seu advogado: “Eu fui primeiro ministro; se não for eu a respeitar as instituições, quem é que as vai respeitar?”. Só um homem de grande elevação diria isto, no momento de saber que iria ser humilhado por um sinédrio pior do que o de Herodes. Pelo menos mais maquiavélico.
De enfatizar a sacanice do candidato a Garzon, Alexandre de seu nome (o Grande deve andar envergonhado no seu coval) quando no interrogatório confronta o interrogando com uma conversa gravada em que são abordados aspectos da sua vida sexual. Claro que lhe saltou a tampa e, no íntimo, deve tê-lo mandado para a p.q.(o)p. e recusou continuar. E salta-nos a dúvida: Estaria Alexandre a sentir necessidade de alguma virilidão?
Para terminar, sugiro a leitura da carta de Sócrates endereçada a Mário Soares, por altura dos seus 90 anos. É uma peça digna de ser lida e, como me distraí, não a li na altura em que, visto isso, veio publicada no DN. Lendo esta missiva, alguém terá o topete de dizer que não foi ele, Sócrates, quem escreveu o livro “ A Confiança no Mundo”?


José Pinto da Silva    

segunda-feira, 18 de maio de 2015

ASSEMBLEIA DE FREGUESIA DE ABRIL / 015

Cumpriu-se a lei e a reunião de Abril aconteceu. Porque será que se convoca sempre para os últimos dias do mês? Será por falta de tempo?
Não tive ainda acesso aos documentos - já agora se repete a interrogação: porque carga de água é que com a respectiva convocatória não seguem os documentos de suporte? A acta da reunião anterior,o relatório, o alinhamento dos números justificativos das contas, etc.? Será por falta de tempo?
AUDITORIA ÀS CONTAS DOS EXERCÍCIOS 2007/2013 - Questionado a respeito (porquê não toma a iniciativa de dar as informações antes de ser questionado?) o chefe do executivo terá informado que a inspecção tinha terminado, estando a aguardar o respectivo relatório o qual virá a ser entregue aos eleitos tão logo chegue. E surge uma questão a propósito: como ficou resolvida a ausência de facturação (por ordem do presidente do executivo) à Junta de Caldas de S. Jorge de alguns milhares de euros por execução de determinado equipamento urbano? Foi facturado a uma entidade que não tinha adjudicado nada, até porque não tinha existência jurídico / fiscal? E as contas daquela abertura perpendicular à rua do Tojeiro, em Azevedo? E outras ....!
RECTIFICATIVO DO ORÇAMENTO - Parece que o importe de € 10.000,00 indevidamente retirados da rubrica do Parque Desportivo de Pigeiros para fins diversos não foi reposto. A oposição terá votado contra, mas o estranho é que os eleitos por Pigeiros, nomeadamente a Presidente, aceitem isso. Lá saberão...!
CALÇADA DO HERDEIRO - Interrogado sobre o que pensava a respeito, o líder do executivo terá informado que estaria em estudo a eventual inclusão daquela obra fisico / cultural no orçamento do passadiço que virá a ser estendido até àquela zona. Poderá ser uma alternativa financeira. Mas, será que já foi pensado algum esquisso para execução da obra? É que além da execução de um troço de calçada portuguesa (cada vez há menos gente habilitada a boa execução), há a necessidade de drenagem de águas pluviais - autênticas enxurradas - que descem dos campos a poente e que destruíram o que lá existia. Carece de um projecto para execução e, por certo, para orçamentação. E, já agora, apelou-se à Junta de Lobão para que dê seguimento ao mesmo caminho a partir do limite de freguesia e en direcção à velha Ponte de Mourão? Oxalá tal seja diligenciado.
Se e logo que tenha acesso aos documentos poderão surgir outras notas.

José Pinto da Silva  

domingo, 17 de maio de 2015

BIOGRAFIA (?) ou HAGIOGRAFIA


Claro. Li, de um (quase) fôlego, o tal livro do P. Coelho, supostamente uma biografia. Retiro dois ou três capítulos de interesse ainda menor e que até expressarão verdades. Que me não interessam, nem ao povo comum. É quando fala dos avós e a vida humilde da época, quando fala dos pais e alguns episódios da vida familiar e, vá lá, algumas notas da vida com Laura Ferreira, a segunda mulher.
O resto é um panegírico que, se fosse verdade, o papa iria canonizá-lo na altura da sua vinda a Fátima em 2017. 
Antes de outros comentários, reporto a página 202, linha 13, onde aparece a palavra “DESIDRATO”. Isto foi escrito, não por lapso, mas tão só porque a autora não sabe, ou não soube, separar a significação de “DESIDERATO” da de “DESIDRATO”. Claro que ela pretendia escrever “Desiderato” (objectivo, meta, etc.), mas apanhou-a mal e, porque não percebia, escreveu “desidrato” que significa “extracção de água”, donde desidratado.
A autora, funcionária do partido, escreveu exactamente e só o que lhe ordenaram, tecendo, pelo meio muitas louvaminhas que distorcem inteiramente tudo o que se conhece, porque público, do “biografado”. O resto serão cábulas sugeridas para os comícios de campanha que aí vêm.
É suposto que uma biografia narre a vida de quem se quer expor, com virtudes e defeitos. Falei acima da segunda mulher (Laura), mas relativamente à primeira mulher e mãe das suas filhas mais velhas, passa por lá como cão por vinha vindimada e esquece o que é da ciência pública que houve violência doméstica e que, nas deambulações por bares e vida nocturna, houve droga. Pessoas bem mais formadas que ele assumiram que em determinada fase da vida deram uns chutos e não lhes caíram os parentes na lama. Sobre o processo TECNOFORMA e empresas associadas onde prestou trabalho, não podia deixar de nele falar, mas criticando quem o criticou por não ter pago à Segurança Social e esquecendo que foi o patrão da Tecnof. quem disse que o “Pedro era para abrir muitas portas”. Sem ser o porteiro, acrescento. Vamos agora aos casos mais mediatizados:
O FIM DO GOVERNO SOCIALISTA – São despejadas ali as aleivosias já conhecidas, por recorrentemente repetidas, mas não alude numa só letra ao vergonhoso e ofensivo discurso de 9 de Março de 2011 do Cavaco, na tomada de posse, indiciador do que viria a seguir, como o boicote dos principais banqueiros; pela rama alude ao PEC4, mas esqueceu-se de dizer que o mesmo PEC foi aprovado e louvado pela Comissão Europeia (Barroso deu um abraço a Sócrates e disse: “Conseguimos”), a Merkel quase pegou em Sócrates ao colo, felicitando-o e o Presidente do BCE elogiou da mesma maneira. Ainda se bebia a champanhe e Trichet apareceu na sala e interrogou-se sobre o que se passava em Lisboa, pois recebera indicação de que Passos Coelho votaria contra o documento.
E esqueceu-se de mandar escrever que mentiu quando disse que não tinha conhecimento do documento, quando depois, confrontado com provas, teve de assumir que esteve 2,5 horas no gabinete de Sócrates a ouvir toda a explicação do documento; não se lembrou de fazer referência à Moção de Censura do, na altura, seu aliado, BE, que é como quem diz, Bloco de Esquerda. Se calhar por isso, ou também por isso, o Bloco se foi desagregando; evitou referir-se à celebrizada expressão do delfim (agora visto isso implicado em movimentos corruptivos dos tempos da Câmara de Gaia) Marco António Costa: “.. ou provocas eleições legislativas para mudar de governo, ou terás eleições internas para mudar de líder”. O que demonstra que, ao contrário do que se esparrama por todo o correr do livro, não é ele quem mais ordena no PSD; e omitiu que o Memorando foi verdadeiramente negociado pelo Catroga (o então primeiro-ministro tinha anunciado a demissão e estava naturalmente fragilizado), muito assessorado por um tal de Vítor Gaspar, depois ministro das Finanças e que o Catroga, com a cagança que o enforma, disse que o Memorando era bom porque tinha lá o dedo do PSD, isto é, o seu dedo mai-lo do Gaspar e não disse que, quando foi para a campanha eleitoral onde encheu o país de mentiras, as mais soezes e insultuosas, sabia dos condicionalismos do Memorando que, no seu “alto” entendimento teria que ser levado mais longe; mas lembrou-se de vomitar que herdara uma dívida de 108% do PIB, quando ficou mais do que demonstrado (ver hoje Nuno Saraiva) que estava então em 93,4% que compara com os quase 130% de hoje; e poderia muito bem ter mandado escrever no livro a notória expressão de Lobo Xavier (aquele perigoso cripto-comunista do CDS) segundo a qual “quem verdadeiramente chamou a Troyka foi o PSD”.

CRISE DO VERÃO DE 2013 – Descreve telefonemas, reuniões no partido, idas à Presidência e fala na demissão de Paulo Portas por SMS (confirmou um destes dias em entrevista ao SOL), mas sabe-se e foi afirmado por Portas que houve uma carta – antes ou depois da SMS – onde falou expressamente em demissão “Irrevogável”. Essa carta, em fac simile, deveria estar no livro em anexo para exibir alguma verdade e com a mesma condição deveria estar a célebre carta de demissão do Vítor Gaspar em que arrasa tudo e todos e o desempenho executivo do memorando.
Terá sido dinheiro mal gasto? Que se lixem (não as eleições) os gastos no livro. É mais um para encostar ao MUDAR. Se não se lerem as coisas ruins, não se fica a saber da ruindade do autor, neste caso mandante.


José Pinto da Silva

EXPOSIÇÃO DE MILÃO - A ALIMENTAÇÃO NO MUNDO

     Foi divulgado pela comunicação social, escrita, audio e de imagem, que Portugal decidiu não integrar a Expo - 2015, com a invocação de que o gasto era demasiado e que não haveria dinheiro para tal "luxo". Notar que estão lá algo como 183 países representados, desde as Seychelles ao Irão e todas as delegações fazem a glorificação da comida e dá enorme relevo à cultura agrícola.
     Quem tutela o sector é o ministério da Agricultura, da Dra. Cristas, e também o ministério da Economia do Dr. Pires de Lima, ambos grandes paladinos da exportação, sendo que Cristas não se tem cansado de entoar loas ao crescimento do rendimento agrícola e das exportações de produtos agrícolas e agro-industriais. O que significa que a ida a Milão não seria um gasto, mas tão só um investimento que teria, seguramente, retorno económico. Tecem-se loas aos nossos agricultores e não se colabora com eles, "por falta de dinheiro".
     A este propósito, respiguei três frases escritas por Ferreira Fernandes no DN de hoje:

"Sim, não fomos à EXPO 2015 por pobreza. De espírito"

" Portugal não tem pavilhão na EXPO de Milão. O governo desculpa-se com falta de dinheiro. Mas a verdade é porque não sabe o que foi e é Portugal"

"O Pavilhão da Santa Sé na EXPO 2015 diz que a comida é também assunto de rituais e símbolos. Claro. E os portugueses foram apóstolos do valor sagrado do pão, espalharam-lhe a palavra e os sabores. O governo português diz que não temos pavilhão porque não temos dinheiro. É falso. Não estamos lá porque quem decidiu é pobre de espírito. NÃO MERECE PORTUGAL".

     Ao jeito de fecho acrescento que concordo com o não merecimento que esta gente e que Portugal não merecia ter gente desta a governar.

José Pinto da Silva

sexta-feira, 1 de maio de 2015

DIA DO UTENTE DOS SERVIÇOS DE SAÚDE


Devia ser um dia de celebração. Verdadeiramente. Mas o que verdadeiramente nos ocorre é um episódio de contratações e a respectiva finalidade.
Todos se recordam que, em 2002/2003, sendo ministra das Finanças a Dra. Manuela Ferreira Leite, foi contratado, por salário tido por milionário, um tal PAULO MACEDO para Director Geral das Contribuições e Impostos, com o objectivo de pôr a funcionar a máquina da cobrança de impostos. Foi entendido que desempenhou bem o seu papel e que ficou justificado o alto salário que lhe foi pago, mesmo deixando zangados vários outros Directores Gerais que ganhavam muito menos.
Em 2011, o mesmo PAULO MACEDO foi contratado pelo 1º. ministro Passos Coelho, dizem que com o salário normal de ministro, com o objectivo de DAR CABO DO SERVIÇO NACIONAL DE SAÚDE e de paulatina, mas eficientemente, privatizar os serviços de prestação de cuidados de saúde, primários e hospitalares.
Ganhando bem, ou menos bem, o certo é que está a levar a bom cabo o MISERÁVEL OBJECTIVO de que o incumbiram. Espera-se que, nestes 5 meses que ainda faltam de permanência no governo, neste governo, não tenha tempo de dar cabo do resto e que fique uma parte que permita o restauro do que chegou a ser o melhor serviço público nacional. ESpera-se que venhamos a ter, outra vez, um verdadeiro SERVIÇO NACIONAL DE SAÚDE, universal e tendencialmente gratuito. E que o tal de PAULO MACEDO vá aplicar o seu espírito maldoso para outras galáxias.
José Pinto da Silva