sábado, 20 de março de 2010

Aterro-Consulta Pública

No blogue da UA onde se recebiam reacções quanto à eventual implantação do Aterro Sanitário nos terrenos da Quinta da Lage (opção Caldas de S. Jorge/Pigeiros) não aparece um e-mail que, de facto, enviei. Ouvi de resto um comentário ao jeito de "puxão de orelha" porque não me associei às críticas à indicação deste local. Vou copiar o e-mal que enviei para que não fiquem dúvidas. Foi no dia 14.


"de

Jose Pinto da Silva
ocultar detalhes
14 mar (6 dias atrás)
para
sec@idad.ua.pt
data
14/03/2010 12:35
assunto: Aterro sanitário
enviado por
gmail.com

Numa leitura dos relatórios preliminares, leitura sem grande interpretaçao, até pela caracteristica de não ser técnico e os mapas e diagramas e quejandos serem para mim algo de visão complicada, pergunto: Os autores do estudo sabem e sabiam que a cerca de 1,5 km está, há 2 séculos, implantada uma estância termal que é, efectivamente, o EMBLEMA de Caldas de S. Jorge. A minha interrogação, sendo reconhecido que um dos piores impactes é o "fedor" que, mesmo sem ventos, se expande por uma ârea importante, é porquê só esse facto não foi bastante para que Caldas de S. Jorge fosse considerada não elegível? Claro que há depois o critério da linha de água RIO UIMA que, diga-se o que se disser virá a ser afectada, primeiro porque habitualmente a construção deixa fugas e também porque fica o risco de incidentes durante o funcionamento. Recolha ineficiente de lixiviados. etc.
Como habitante de Caldas de S. Jorge e mesmo reconhecendo que o problema dos RSU é de resolução difícil, parece-me que as análises "técnicas" terão que olhar para as coisas que não saem da frente dos olhos.
ESpero, francamente, protestando veementemente, que na fase da visualização presencial da zona, excluam Caldas de S. Jorge.

JOSÉ MARQUES PINTO DA SILVA
Rua do Lago, 5
4505-688 Caldas de S. Jorge
BI 1894835 20/10/2004 A. I. Lisboa "

sexta-feira, 19 de março de 2010

A Meio Tempo?

Anda por aí a informação de que o Presidente da Junta de Caldas de S. Jorge já está a sacar do cofre da Junta de Freguesia o importe correspondente à permanência a meio tempo ao serviço da autarquia.
Já escrevi e reitero que considero um esbulho à freguesia e um coice a quem nele votou. Não acredite que alguém ajuize que para desempenhar as funções normais numa autarquia como a de Caldas de S. Jorge se mereça tal remuneração. Mesmo para alguém que tivesse alguma devoção pela terra. E, agora, ao que se ouve, ele passou a estar MUITO menos tempo na Junta do que estava antes.
Será legítimo perguntar aos outros membros do Executivo se avalizaram tamanho "mete mão" no bolso da freguesia e, sendo verdade que aparece menos vezes pela Junta, se aceitam a malfeitoria. A freguesia talvez ficasse contente de ver espalhada a ACTA da Junta de Freguesia onde ficou deliberado aceitar tal torpeza.

José Pinto da Silva

Casamento Unissexo

Sou frontalmente contra, porque me choca. A minha sensibilidade, e até poderão dizer a minha mentalidade, não foi ainda capaz de ultrapassar o que (ainda) me parece uma anormalidade, para não dizer uma enormidade.
Começo por me inspirar no que leio nos dicionários e enciclopédias e, em todos os que consigo consultar, mais modernos ou antigos, vejo que Homem corresponde a masculino, a macho (sem significar o macho fanfarrão, mas tão só o oposto de fêmea) e que é naturalmente atraído pela fêmea, para com ela copular e, naturalmente, dar continuidade à espécie. Dizia há anos um filósofo que o homem enquanto ser vivo luta pela sobrevivência, enquanto animal luta pela sobrevivência e pela preservação da espécie e enquanto homem luta pelas duas anteriores e mais pela liberdade.
Parece-me instintivo que o homem (ser humano), nascendo fisicamente completo, não faz qualquer opção de orientação sexual. É, independentemente da sua vontade, macho ou fêmea e, naturalmente, à medida que os seus órgãos libidinosos se vão desenvolvendo, vão-se alterando os desenhos físicos do corpo, começando o macho a sentir natural atracção sexual pela fêmea e esta sente-a pelo macho e, em função da idade, em função da educação e informação que vão recebendo em casa, na escola e na vida, da disciplina e mesmo vigilância que sobre eles incida, iniciam a sexualidade activa, homem com mulher e também natural e instintivamente, o macho repudia a aproximação sexual com outro macho e a fêmea com outra fêmea. Diria o povo que é fatal como o destino. E, como é mesmo destino, é fatal.
Quando um homem tem aspecto físico de macho, mas sente inclinação e apetência sexual por outro macho, é certo e seguro que algo no seu corpo nasceu fora do sítio ou, no decorrer do tempo, por qualquer fenómeno ou razão, alguma coisa se alterou. Como um indivíduo saudável pode, de um dia para o outro desenvolver uma qualquer enfermidade, leve e curável, ou fatal. Sem que ele tenha optado pela doença.
A homossexualidade ou lesbianismo não é, se este raciocínio tem lógica e valimento, uma opção ou orientação sexual, mas uma anormalidade que poderá, ou não, ser invertida com tratamento específico adequado.
No caso do homem (humano - homem ou mulher) que sendo hetero se envolve com indivíduos do mesmo sexo, ou é comerciante do corpo ou é pervertido. Não faz opção de orientação sexual, mas opta por ganhar dinheiro vendendo prazer ao homo. Transforma-se no tradicional prostituto que se vende a uns como a outras.
Voltemo-nos para os homossexuais que nasceram com algo fora do sítio ou que em tal se tornaram porque alguma coisa se alterou (como o que criou cancro, por ex.) e para os quais não há retorno. Aspiram a, vivendo em duo, (homem+homem ou mulher+mulher) e comunhão de vida (cama e mesa), ver legalizada a junção, como se de casamento se tratasse, ao jeito dos hetero.
Consultei dicionários e enciclopédias para inspirar o significado da palavra casamento e vi três Grandes Enciclopédias e todas dizem, e eu acolho, que casamento é um contrato celebrado entre duas pessoas de sexo diferente, pelo que, a tal espírito, dois ou duas do mesmo sexo poderão viver juntos, poderão comer do mesmo prato, poderão copular, mas não acasalarão nunca. Formarão um duo, mas nunca um casal. Assim, o casamento de dois ou de duas seria uma contradição. São diferentes e terão que assumir com frontalidade e coragem a diferença que os marcou e, sendo legítimo que procurem as melhores condições de vida e não serem marcados negativamente por serem como são, não deverão, assim o entendo, aspirar ao casamento no sentido e na forma tradicional do termo e da função. Como um amputado, porque se vê diferente e limitado, não aspirará a ser convocado para a selecção de futebol.
Que gostem muito de viver em duo, que se gostem muito mutuamente, mas que aceitem a condição de serem diferentes, com as implicações e consequências inerentes.

José Pinto da Silva

Este texto foi escrito e publicado em 2005 num jornal concelhio. Claro que não mudei de opinião e escrevê-lo-ia de novo, por isso o estampo neste local
Dado que o Parlamento deu luz verde à instituição CASAMENTO entre indivíduos do mesmo sexo, fiquei contente e aplaudi o pedido de fizcalização de constitucionalidade formulado pelo Presidente da República ao Tribunal Constitucional. Espero que seja dado provimento, suportado, de resto, em pareceres de eminentes constituicionalistas.

terça-feira, 16 de março de 2010

Parcelas de Cultivo

Quem passa pelo vale de Chelas, em Lisboa, logo se apercebe de que aqueles campos estão divididos em pequenas parcelas, com umas marcações rudimentares, mas bem visíveis. Cada parcela daquelas foi entregue a uma pessoa ou família para que a utilize em minúscula agricultura. O tema foi já objecto de notícia em televisão e dizia o Vereador de Lisboa do pelouro que a Câmara iria fazer as divisões mais sólidas e que haveria de construir um sistema de condução de água de rega a passar por todos os lotes. E o certo é que aquelas minúsculas parcelas, terão entre 50 e 100 m2 cada, são cultivadas e, diziam os nano agricultores que dava muito jeito, pois já não tinham que comprar cebolas, alface, tomates e outras minudências de consumo caseiro.
Ouvimos em programa radiofónico que a Câmara de Arouca avançou com um programa de criação de “Quintas Sociais” que consistiria em a Câmara arrendar terrenos incultos para serem cedidos à exploração a pessoas ou famílias que estivessem disponíveis para as agricultar. Não nos apercebemos se a Câmara proporcionaria alfaias e utensílios. O certo é que, lançada a ideia, lamenta-se o Presidente da Câmara de Arouca porque não apareceu um único candidato para qualquer exploração. Poder-se-á imaginar que os haveria para irem carregar o produto, se alguém fizesse a sementeira, a monda, a sacha, a rega e mesmo a colheita.
Aqui fica a certeza de que muito boa gente, ainda nova e saudável não se atira a estas benesses, porque recebe o que não devia, sem nada fazer, tendo como único esforço o esperar pelo carteiro no dia mais ou menos certo. Porque nisso a Segurança Social é relativamente pontual. Esta gente, em RSI e mesmo no desemprego, não poderia utilizar estas oportunidades para melhorar um pouco os seus rendimentos, em vez de passarem o tempo a puir os fundilhos nas cadeiras de café para os pequenos almoços, os lanches e o que mais é servido?
Uma legislação mais consentânea, forçaria os do RSI a trabalhar nessas parcelas, (ou noutra actividade) proporcionando algum tempo de aprendizagem aos a quem faltasse o saber mínimo de como lidar com couves. Mas o problema não é o saber. É sobretudo o não querer, é a calaceirice que se vai tornando endémica para um importante segmento da sociedade. Se não vai por bem, pois que se aplique algum mal, começando por cortar o subsídio a quem se recuse a fazer algo. Agricultando ou limpando, ou varrendo, ou sendo alguma coisa útil e não só parasita da sociedade.
José Pinto da Silva

segunda-feira, 15 de março de 2010

Aterro Sanitário - Parecer Técnico

Com a devida vénia vou transcrever um parecer técnico emitido por pessoa da especialidade
a respeito da eventualidade da implantação do aterro sanitário nos terrenos da Quinta da Laje.
José Pinto da Silva

2010
FEUP
João Santos Baptista
Eng. Sénior
CALDAS DE S. JORGE/PIGEIROS
PARECER SOBRE A IMPLANTAÇÃO DO NOVO ATERRO DO SISTEMA
MULTIMUNICIPAL DA SULDOURO EM CALDAS DE S. JORGE/PIGEIROS
Breves comentários relativamente a impactes sobre alguns parâmetros descritores ambientais,
ao nível de relatório “não técnico”:
· Clima
o Alteração micro-climática derivada da remoção do coberto vegetal – Esta
alteração, com origem na grande extensão da área envolvida. Terá efeitos
adversos em toda a envolvente que podem atingir uma amplitude significativa
devido à localização em flanco de encosta no fundo do vale. Ao mesmo tempo,
é de prever um efeito sinergético desta com outras infra-estruturas que estão
previstas para a zona, nomeadamente o parque industrial.
Do ponto de vista temporal, o aterro, terá uma influência que se prolongará
por toda a sua vida útil, a qual pode atingir as várias dezenas de anos. Ao ter a
localização prevista para o fundo do vale, é provável que haja influência tanto
a montante como a jusante do local de implantação, dependendo da direcção
e velocidade dos ventos.
· Socioeconomia
o Potencial inviabilização das Termas das Caldas de S. Jorge do ponto de vista de
infra-estrutura termal. Será difícil atrair termalistas/turistas para um local que,
por força das variações da direcção dos ventos, pode estar sujeito a odores
desagradáveis por períodos prolongados.
O mesmo carácter adverso é válido para todas as infra-estruturas turísticas
localizadas na zona de influência do pretendido aterro (termas, hotelaria,
restaurantes, comércio, parques de lazer, …). Este facto pode ter elevada
amplitude ao nível da perda de postos de trabalho, quer por redução da
actividade quer mesmo por encerramento das unidades. É de prever uma
redução drástica da atractividade turística da zona, não só devido à emissão de
odores como pela perda de interesse turístico da região ao nível paisagístico.
A referida perda não será compensada por eventuais novos postos de trabalho
criados com a actividade do aterro. A construção do aterro, a ocorrer,
potenciará, por isso uma situação de quebra de emprego que dificilmente será
compensada. A falta de atractividade em que a que a região cairia no caso de
tal implantação, só teria tendência para recuperar após o encerramento do
aterro, ou seja, daqui a uma ou duas gerações. Temos assim, mais uma vez um
efeito sinergético negativo decorrente da potencial implantação do aterro.
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Ar
o A contaminação do ar por volumes significativos de emissões gasosas de odor
desagradável é outro dos factores de impacte adverso para a localização
pretendida para o aterro. Os efeitos dessas emissões podem ser potenciados
pelo facto de a localização em vale criar condições de circulação preferencial
em vez de condições de dispersão dessas emissões. Os impactes a esse nível
seriam quer para montante quer para jusante da localização prevista. As
implicações deste factor na qualidade de vida das populações abrangidas
seriam significativas.
Água superficial
o A localização do aterro na encosta poente do Rio Uíma, o principal curso de
água do município, comporta um risco acrescido de contaminação de toda a
bacia hidrográfica a jusante dessa localização. Precipitações extremas podem
provocar descargas não controladas, não só de efluentes mas também de
resíduos sólidos para o curso de água, provocando danos dificilmente
reparáveis, não só na qualidade da água como também ao nível da vida das
populações, da fauna e da flora.
· Água subterrânea
o A possibilidade de contaminação dos lençóis freáticos por rupturas acidentais
ou intencionais da impermeabilização é um factor que também não pode ser
esquecido. A proximidade da potencial zona de implantação quer ao Rio Uíma
quer aos aquíferos das Termas das Caldas de São Jorge, pode transformar
qualquer pequeno dano na impermeabilização num grave problema ambiental
e económico.
Um outro factor negativo está ligado com a impermeabilização de uma área
significativa de potencial recarga do aquífero. Dadas as condições em que é
necessário construir o aterro, este é um dano irreversível no tempo.
· Fauna e Flora
o Destruição total do coberto vegetal da área de intervenção inviabilizará todos
os habitats naturais da área afectada.
o Uma eventual fuga de lixiviados ou resíduos sólidos para o rio Uíma pode
inviabilizar o habitat da lontra, uma espécie protegida. Trata-se aqui de um
efeito irreversível, cuja probabilidade de ocorrência pode ser considerada
excessiva.
· Paisagem
o A enorme área afectada pelo aterro iria provocar uma enorme exposição
paisagística, em particular a partir da encosta nascente do rio Uíma. Tal
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acarretaria um forte impacte negativo num troço significativo da bacia
paisagística. Essa possibilidade conduziria a elevados prejuízos para a região,
nomeadamente ao nível turístico. Simultaneamente, inviabilizaria por
completo a utilização, para efeitos de lazer, de um dos poucos parques
ribeirinhos que as populações dispõem na região, não só pela degradação da
paisagem mas principalmente pela emissão de odores.
· Geologia
o Um aterro é uma actividade que se prolonga no tempo. No caso em apreço,
está prevista ficar, a respectiva implantação, confinante com a zona de
protecção das captações das Termas das Caldas de S. Jorge.
Independentemente de toda e qualquer monitorização que seja efectuada,
não é possível garantir que nunca existirá qualquer infiltração, quer durante o
período activo quer após o encerramento do aterro. Assim, tal localização será
uma ameaça constante durante dezenas ou centenas de anos para a
actividade termal na zona, uma vez que os resíduos permanecerão no local
mesmo após a selagem do aterro.
Sem questionar a qualidade do trabalho da equipa do idad, creio que a escolha da localização
de um local para a implantação de um aterro deve ser vista numa perspectiva holística, muito
para além de critérios meramente semi-quantitativos de pontuação sempre questionáveis.
Neste contexto, atendendo aos descritores acima referenciados, pode ser afirmado que no
caso da localização em Caldas de S. Jorge/Pigeiros, e de acordo com o Decreto-Lei n.º
183/2009, não estão salvaguardados, pelo menos, os seguintes objectivos de sustentabilidade:
· Assegurar a salvaguarda das áreas com valor para a biodiversidade - Existência de
lontras no Rio Uíma, uma espécie protegida, numa zona a jusante da localização
prevista;
· Minimização dos riscos e protecção dos recursos – impossibilidade de garantia de
protecção dos aquíferos abastecedores das Termas das Caldas de S. Jorge, quer
durante quer após o enceramento do aterro.
Quanto aos restantes objectivos enunciados, será também questionável a sua salvaguarda,
podendo essa discussão ser levantada caso se torne oportuno.
Porto, 14 de Março de 2010.
J. Santos Baptista
Eng. Sénior

sábado, 13 de março de 2010

Assembleia VS Aterro Sanitário

Aconteceu, como tinha sido anunciado, a reunião da Assembleia de Freguesia para se discutir e opinar à volta do Estudo Preliminar da UA sobre o local para futura implantação do Aterro Sanitário multi Municipal. Será assunto definitivo que ficará no concelho da Feira e parece definido que excluindo-se a quase totalidade dos locais pré-olhados, ficaram dois, sendo que um será(ia) o de Caldas de S. Jorge/Pigeiros, melhor dito, na Quinta da Laje, no espaço que fica entre o Rio Uima e o espaço destinado ao PERM.
Do desenvolver da reunião ressaltou que, toda a Assembleia, a eleita e a “do povo” em tom de unanimidade repudiou a eventualidade da implantação em Caldas de S. Jorge, como tinha acontecido na véspera, em reunião idêntica em Pigeiros.
Ocorreu um episódio que deixou as pessoas surpresas e que foi a “denúncia” em voz alta e perante todos e na cara do Presidente da Junta, proferida por um candidato à autarquia nas eleições de 11 de Outubro (Sr. Resende) e segundo a qual o Presidente da Junta de Caldas de S. Jorge terá dito ao Presidente da Câmara ou Vereador do Pelouro, ao ser informado da eventualidade, que, da parte dele, não seria contra o Aterro em Caldas de S. Jorge. Terá, se verdade, algo a ver com o PROJECTO ALICIANTE?
Se isso tiver sido verdade, o que seria grave, foi agora colmatado com a declaração pública de que é frontalmente contra e foi até o primeiro subscritor de uma abaixo-assinado começado a colher ali mesmo e que tem continuado pela freguesia num porta a porta cuidadoso.
Ali foi dito também, ao jeito de forte crítica, que o Presidente da Junta, mesmo que convocado, não compareceu numa reunião promovida pela SulDouro (entidade que encomendou o estudo à UA), onde, se presente e se mesmo contra, poderia ter erguido a voz e poderia depois, e bem mais cedo, ter informado a freguesia do que se estava a planear.
Convirá dizer que a Assembleia teve MUITO POUCA gente, atendendo ao tema que se iria debater. O anúncio da reunião foi pouco espalhado (só os editais afixados é muito pouco). Falei com várias que pessoas que não souberam da reunião. Mesmo assim a maior divulgação foi protagonizada pelos blogues que noticiaram e foram dramatizando a contingência.
Não teria ficado mal ao Presidente da Junta ter montado uma aparelhagem sonora num carro e ter corrido a freguesia, em todos os interstícios, a convocá-la INTEIRA para a reunião. Não estaria muito motivado, segundo a insinuação do Sr. Resende? Teria cabido bem no processo ter convocado POR ESCRITO, com dada de conhecimento público, a Dra. Teresa Vieira para que, no local próprio e onde já teve assento, na sua qualidade de Administradora das TERMAS DE S. JORGE, debitasse o seu ponto de vista sobre a contingência: REPÚDIO, APOIO ou INDIFERENÇA. Em particular terá expressado uma posição fortemente contra, mas no caso EXIGIR-SE-IA uma posição bem pública.
A Comissão de Acompanhamento proposta e formada na Assembleia poderá dar mais visibilidade ao caso, tentar ser ouvida pelos autores do Estudo Preliminar, falar com a Câmara (O Presidente da Câmara declarou que não se mete nisso e que aceita a decisão dos técnicos -JN de 13/3-), perguntar se as Termas não são património Municipal, se a Câmara não é detentora de 80% da Sociedade Gestora e perguntar ao Pelouro do Ambiente se uma “LIXEIRA” por perto não destrói a marca TERMAS DE S. JORGE, A PRINCESA DAS TERMAS DE PORTUGAL e, se necessário, convocar nova Assembleia para movimentação de protesto com outra visibilidade.
Aos de S. Jorge que tenham computador (quem não tiver que exija que a Junta de Freguesia o tenha sempre disponível) sugiro que entupam a Entidade que fez o estudo com e-mails com a linguagem mais violenta de protesto, só pela ousadia de não terem respeitado a existência de uma Estância Termal que é o ex-libris da localidade. Esta freguesia só em 1985 é que passou a chamar-se oficialmente de CALDAS DE S. JORGE, mas, antes disso, o endereço postal já era Caldas de S. Jorge por virtude das Termas. E o nosso Rio Uima que já tão mal tratado tem sido, irá ficar a ser o caminho também para lixiviados?
É tema para continuar.
José Pinto da Silva

sábado, 6 de março de 2010

Mar das Especiarias

Para ficar para memória futura, vou passara texto as palavras que proferi, quase de improviso,
só suportadas em alguns tópicos, a quando da apresentação do Livro MAR DAS ESPECIARIAS, no dia 6 de Fevereiro de 2010 no hall de entrada das Termas.


Realço o consolo que sinto pela vinda do Sr. Dr. Miguel Miranda, ilustre médico que por cá viveu e cá exerceu durante uns tempos, agora projectado como escritor/romancista/contista que muito nos apraz ler.
Consolo, porque inicialmente se pensou fazer uma cerimónia bem mais doméstica, quase familiar. E, então, seria eu próprio o incumbido de fazer uma singela e quiçá pouco esclarecedora referência ao livro que temos à nossa frente e está à nossa disposição.

Li o livro já no verão passado e vou referir em 3 pensamentos a visão com que dele fiquei. Não o analiso literariamente, porque não saberia e porque disso se encarregou, com o saber que lhe é conhecido, o Sr. Dr. Miguel, que me antecedeu.
LIVRO DE VIAGENS
É, de facto um livro de viagens. Descreve os diversos percursos inter ilhas Indonésias e aborda com tal pormenor as peripécias de cada passagem, de como arranjar bilhetes nos barcos ou transportes rodoviários, de como conseguir vistos, de como cambiar dinheiro, de como conseguir meios de locomoção em terra, de boleia, ou alugando uma bicicleta ou motoreta em cada povoação onde chegava, que quase nos sentimos envolvidos nos perigos e nas emoções que provocam e parece que ficamos a conhecer os contornos das ilhas visitadas.
LIVRO DE HISTÓRIA DA CULURA PORTUGUESA
É extraordinário como o Quim Castro catou, investigou monumentos, objectos e sobretudo palavras que mostram à evidência como e quanto os portugueses deixaram marcas culturais por aquelas paragens. Absolutamente deliciosa a referência ao BUPATI FÉLIX FERNANDES (nome claramente português) que nos remete, em estrada directa, para certos autarcas de cá e de agora que tudo fazem para ensacar benesses, para enriquecer e para traficar influências com vista à eternização no poder. Terá dito o historiador CHARLES BOXER, diz-se no Mar das Especiarias, que os outros iam para lá, para as Ilhas Indonésias, para ganhar dinheiro e sair o mais rápido possível. Os portugueses foram também para ganhar dinheiro, mas sobretudo para ficar, para se misturarem através da língua e da cultura que por lá espalharam. É espantosa a quantidade de palavras de raiz portuguesa que por aquelas bandas se usam e que o Castro catou de forma exaustiva. Disse o historiador BOXER que, a partir de certa altura (os portugueses) já não pertenciam à Europa. Eram mais de lá do que de cá.
CAPACIDADE DESCRITIVA
É impressionante a minúcia com que descreve cenas, paisagens, fenómenos naturais, caras e expressões de pessoas individuais ou multidões em convulsionantes movimentações. Sente-se o faiscar de olhos de raiva, como o espelhar de bondade, vê-se o mar alteroso a impedir qualquer tentativa de nele se entrar, ou o mar chão onde apetece flutuar. É preciso ler para sentir.
NOVELA
Pelas muitas expressões metafóricas que ficaram espalhadas por muitas páginas do Mar das Especiarias, eu diria que se trata de obra de ficção, de uma novela. Citarei meia dúzia de expressões que atestarão este meu ver.
“A MANHA DAS ÁGUAS” nas convulsões marítimas nos estreitos inter ilhas e que os autóctones conheciam para navegar com o máximo de segurança. “E OUTRAS ELEVAÇÕES MONTANHOSAS VESTIDAS DE VERDE. É DESLUMBRANTE”
“MELOPEIA DE TIPO HAVAIANO, PONTUADA POR UMA MELANCOLIA QUE TEM POUCO DE TROPICAL”
“MESMO AO ALCANCE DE UM TIRO DE PEDRA” que poderia ser projectada pela mão ou com funda, acrescento eu.
“PÔR-DO-SOL PONTUADO PELA CHEGADA DE BARCOS RÁPIDOS”
Para definir clérigos chamou-lhes “MÃO-DE-OBRA PASTORAL”. Achei esta definição deliciosa.
“CONES DE VULCÕES DESTACADOS DE UM CÉU QUE PARECE ESTAR A ARDER. E ELAS (as montanhas) DESFAZENDO-SE PELO CORAL ADENTRO.”
“NÓS ENTREGUES A UM PÁSSARO DE METAL QUE, SUAVEMENTE POUSA NUM PEDAÇO DE CIMENTO E ALCATRÃO QUE PARECE SAÍDO DO MAR”.

Face a esta tua também qualidade, desafio-te a que, nos intervalos das muitas viagens, te aventures num romance. E queres um mote? Coloca-te nos finais da década dos 50, primeiros anos dos 60, do século passado. Imagina 5 “mânfios” (passe o calão) todos da Sé, de S. Jorge que, a pé ou de qualquer meio deslocativo que surgisse, aportaram na Corga. Por lá tomaram poiso, sendo que só um fez ninho. Quiçá o melhor de todos. E tornou-se num profícuo cidadão e num prolífero homem de família. Família grande e boa. Quanto a elas, imaginem-nas porque deles, tendo já partido três, não me importo de os nomear, primeiro os que partiram e pela ordem de partida: O David do Sr. Germano, ou David da Sé,
O Quim Castro e o Zeca do Munho, ou Zequita do Munho, como crinhosamente a ele nos referíamos. Para eles que partiram o nosso pensamento de saudade. Os outros dois ainda viventes, eram o Américo do Marinheiro, na designação actual o Dr. Américo Alves da Silva e por último o então Zeca do Moleiro. Eu próprio.
Terias aí matéria “bestial” para uma boa novela. E tens bem próximo de ti quem te possa dar nota de muitas curiosidades, de muitas situações picarescas que ficcionarias a primor. Pensa nisso.
Termino referindo que o Dr. Raul Ferreira da Silva, da geração e da proximidade de teu pai, não nascido cá, mas de cá originário que conhecíamos e ainda conhecemos como o Dr. Raul do Margarido, me telefonou a lamentar não poder vir cá, que gostaria muito de fazer o teu conhecimento e incumbiu-me de comprar um exemplar do livro e de colher o respectivo autógrafo do autor.
Desculpem por me ter estendido um bocado.

Aterro Sanitário e Assembleia de Freguesia

Foi com agrado que vi anunciada uma reunião extraordinária da Assembleia de Freguesia de Caldas de S. Jorge, pedida, parece que em simultâneo, pelo Presidente da Junta e por um grupo de quatro eleitos da Assembleia, para discutir e eventualmente tomar posições quanto ao risco anunciado de poder vir a ser implantado nos terrenos da Quinta da Lage (Caldas de S. Jorge/Pigeiros) o Aterro Sanitário que há-de substituir o de Sermonde. As acções estão a ser concertadas com a Junta de Pigeiros em comunhão de interesses e, esperam todos, que se consiga encontrar argumentos convincentes para anular tal hipótese. Está a organizar-se uma recolha de assinaturas para repudiar tal ideia e, entendo, um local ideal para colher as assinaturas seria exactamente na altura da Assembleia de Freguesia. Quem lá for deverá levar consigo o Bilhete de Identidade.

José Pinto da Silva

quinta-feira, 4 de março de 2010

Trânsito no Arraial

Hoje de manhã ocorreu um acidente de viação no arraial, em frente da entrada do Jardim de Infância. Foi o atropelamento de uma criança que se terá escapulido da mão do pai. Felizmente parece não terem resultado consequências de maior, mas mais este caso torna imperioso que se retome o estudo de um qualquer "equipamento" que obrigue a que os veículos circulem naquela zona muito devagar. Parece que no caso de hoje se não circulava depressa, mas todos já vimos às vezes velocidades absolutamente inadequadas para o local.

Ficou já entendido que a rotunda de que já se falou, não se justifica no cruzamento e pode mesmo ser inconveniente por ficar no fim de uma descida ingreme. Também agora receia-se que houvesse dificuldade em obter autorização para se cortar no terreno do Dr. Raul, como era previsto.

Porque não algumas lombas, não muito agressivas já na descida (bem sinalizadas logo a partir da Zamonte e depois outras lombas, um pouco mais agressivas a começar em frente da sede da Junta e outras mais junto à Igreja. Algo será preciso fazer, para que se não venha um dia destes a lamentar caso mais grave.



Aterro Sanitário



Tinhamos já ouvido dizer que a líder do grupo do PS na Assembleia de Freguesia iria requerer uma reunião do órgão a fim de que a freguesia fosse informada da situação do Aterro Sanitário que, segundo as notícias, poderá vir a ser implantado na Quinta da Lage - a Junta de Freguesia terá, por certo, dados que o comum dos mortais não tem - e para que a Assembleia, enquanto colectivo, tome uma posição sobre o caso e a transmita a quem de direito. No entretanto viemos a saber que a Junta de Freguesia terá já pedido uma reunião do Órgão Deliberativo para a próxima quarta feira, dia 10 de Março.

Se me é permitida a sugestão, a Junta ou o Presidente da Assembleia poderiam convocar para a reunião a Vereadora, Dra. Teresa Vieira, investida também da qualidade de Membro da Administração das Termas.



José Pinto da Silva

segunda-feira, 1 de março de 2010

Toponimia

Perguntaram-me hoje, pensei se a título de paródia, se eu sabia de alguma determinação que tivesse feito banir da toponímia geral da freguesia a RUA DOS NAMORADOS, tão só o primeiro arruamento da freguesia a ter nome dedicado, com direito a placa de mármore que, em tempos estava pregada naquela parede a seguir ao edifício que sucedeu à casa do Dr. Joaquim Alexandrino da Conceição. Essa placa de mármore não se imagina onde parará.
Na esquina da Casa da Bica, fachada sul, está um postelete com uma placa, "das novas" indicando Rua dos Candaídos, quando a rua do Candaídos começará exactamente depois da rua António H Ribeiro. Donde, aquela placa deveria ter sido colocada junto daquele abrigo de passageiros. E, do lado direito, em direcção a nascente, deveria ser colocada uma Placa indicando RUA DOS NAMORADOS.

Fontenários

Passei e, por curiosidade reparei, que no Fontenário do Arraial e no de Arcozelo (Pinheiro) existem placas indicando ÁGUA NÃO CONTROLADA. Não fui ver outros, além do de Casaldoído e o da Sé (Av. Domingos Coelho). Em nenhum destes dois existe qualquer indicação e, entende-se que deveria haver o de ÁGUA POTÁVEL, desde que a água seja regularmente analisada e seja declarada aconselhável para consumo humano.
Ora sabe-se que a água de Casaldoído excedia largamente o limite no parâmetro MANGANÊS, pelo que, segundo se diz ser de lei, deveria, ou ser tratada a origem do mal ou deveria ter lá a indicação de ÁGUA NÃO CONTROLADA. O que se terá passado depois não se sabe porque não é passada informação, mas uma análise emitida no dia 9 de Outubro dava aquela água com um teor de manganês 3 vezes superior ao máximo permitido.
Fica esta lembrança.

José Pinto da Silva