quinta-feira, 10 de julho de 2014

TASCAS/CHURRASQUEIRAS NA VIAGEM MEDIEVAL

Em ocasião de botar conversa fora, dizendo-se imensas coisas para pouco dizer, uma alma acabada de chegar perguntou, em voz alta, se alguém sabia quais as condições exigidas e exigíveis para se candidatar a um lugar, com barraca, na “Feira da Febra”, que acontece lá em baixo na Coba (estou a usar a expressão ouvida) no início de cada Agosto. Em voz simultânea, dois ou três insinuaram que poderia perguntar a uma qualquer associação das que costumam instalar-se lá, e há várias à nossa roda, ou, segundo informações, há uma página na Internet que explica tudo isso. Não sou candidato, não estou informado, nem quero saber, atirou um outro.
É que, acudiu o inquiridor, disseram-me que a condição mais pontuada para se lá chegar (parece ser preciso instruir um processo bastante completo e de compilação complicada) é o seu comportamento no desempenho em eventos de anos anteriores.
Olha os filhos de não sei quantas casas! Então como é que uma Associação (ou outra entidade elegível) que nunca lá tenha estado há-de responder a esse quesito? Significa, insiste o indignado, que há por ali uma cambada fechada que deve ter determinado que os que lá estão, lá estão e que não há vaga nem vez para mais nenhum intruso. Isto, porque, aventou, a experiência anterior e o bom desempenho conta 50% na apreciação do processo. Filhos de muitas casas! Repete o mesmo.
Parece que uma Associação (ele não a nomeou, mas alguns dos presentes deram a entender que saberiam de qual se tratava) que é I P S S (Instituição Privada de Solidariedade Social) se candidatou, elaborou o processo direitinho, apresentou toda a parafernália de documentos necessários e exigidos, elaborou uma Memória Descritiva focando a sua actividade de Bem-Fazer a não sei quantas pessoas de vários escalões etários, não foi contemplada com um espaço (e barraca/assa febra), SÓ porque não tinha experiência.
Olha os bandidos! Deixou ele sair. E, os que de lado estavam, corroboravam. De facto anda por ali tramóia! Outro sugeriu que quem manda nesse campeonato deveria pôr a regra de, não havendo espaço para aumentar a divisão (número de associações), podia estabelecer um critério de saída de algum de mais fraco desempenho, para deixar entrar algum novo que apresentasse parâmetros elegíveis, sem se levar em conta o critério da qualidade de desempenho anterior. Ou então ir aumentando o número de presenças.
Assim como está é que cheira a compadrio, a jeitos, a favores, a amiguismos. E quem é que manda nessas decisões? Perguntou um lateral. Olha, tem tudo a ver com a Câmara, com a Feira Viva e com a Federação das Associações que, ao que é dito, tem forte domínio nas decisões. A propósito! Esse tal novo candidato é sócio dessa dita Federação?

José Pinto da Silva

CANDIDATURAS À EXPLORAÇÃO DE "TABERNA DA VIAGEM MEDIEVAL 2014"

O texto acima foi escrito em 2012 e teve por fim denunciar a prática clara e ostensiva de fórmulas de amiguismo e claro uso de influências na atribuição das Tabernas à exploração por Associações do concelho. Foi público, este ano, o lamento da direcção de uma IPSS por não ter sido contemplada também este ano, pois já se tinha candidatado em anos anteriores e sempre fora preterida, mantendo-se, ao que é lamentado, o critério de atribuir 50% de classificação ao desempenho em anos anteriores. Forma maquiavélica de impedir acesso a qualquer novo candidato.
Nos queixumes apresentados pela candidata relegada está o facto de pretender angariar meios para ver se consegue manter-se a instituição em actividade e com as valências de apoio a crianças e idosos, além de sustentar diversos postos de trabalho. Tratando todo o mundo (excepto eles mesmos) como não pensantes, à reclamação do, soi disant, injustiçado os dirigentes da tal Federação das Colectividades dizem que não lhes cabe preocuparem-se com a situação financeira dos concorrentes, como se algum dos que para lá vão o faça por qualquer outra razão que não o apuro financeiro. Claro que os decisores têm disso plena consciência e fazem, com tais critérios de manutenção dos mesmos, pensar como são repartidos os rendimentos das explorações. Quem se aboleta com quanto.
É uma evidência que perante situações que tais, que tresandam a favorecimentos, a Câmara Municipal, a verdadeira dona, quer do espaço, quer de toda a logística, tem o dever de intervir no caso, directamente ou por delegação cedida à Feira Viva e fazer alterar radicalmente os critérios de atribuição dos espaços, além de, porque não dizê-lo, ordenar imediato inquérito à fórmula e à sua postura em prática, porque é sabido que os decisores decidem em causa própria.
Continuando como está, nada adianta, porque quem se instalou não se desinstala e tem sempre os votos de quem será sempre contemplado. Porque não obrigam cada candidato a apresentar, e tornar público, o Plano de Actividades: o que realiza em cada ano, quem beneficia da sua actividade, quanto na verdade apura no decurso da Festividade (Viagem Medieval) - a comparação entre apuro de uns e de outros deve deixar qualquer observador de cara à banda - e, depois, obrigar a que cada contemplado torne pública a aplicação do apuro líquido. É que enquanto uns mostram ao mundo algum investimento e exibem actividade regular e continuada, outros, nem têm sede, nem parece que vontade de a ter e a actividade ...é pouco melhor o silêncio. A verdadeira e esperada actividade não passa de explorar a Tasca e arrecadar a receita para fins que só eles ficam a saber.
 Considero a receita líquida obtida na Viagem Medieval como um capital público, logo implicando com a obrigatoriedade de publicitação da sua utilização. E, para finalizar, que seja CLARAMENTE dito se, para ser olhado pela tal de Federação, é necessário, bastante e obrigatório, ser dela associado, ou pelo menos, pagar uma quota, jóia ou outra espórtula qualquer.

JPS
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