terça-feira, 15 de junho de 2010

Certificados de Aforro

Gostava que alguém me explicasse – esse alguém só poderia ser do M. das Finanças ou do IGCP – porque carga de água é que o Estado se tem vindo a financiar lá fora a uma taxa de juro que chega a ser superior a 5% e o mesmo Estado paga aos seus financiadores locais que compram títulos de dívida conhecidos como Certificados de Aforro menos de 1%. Se isto não é um ROUBO feito aos aforradores que, desde há anos, têm feito do Certificados um mealheiro sem chave, é pelo menos um acto de gestão danosa, porque leva os aforradores a fugir. Por isso temos um índice de poupança que envergonha o país, mas devia envergonhar muito mais quem gere o mundo das finanças públicas. Diz-se que isso é uma imposição da banca. Se é, então o caso é ainda mais vergonhoso.
Gostava (2) que me explicassem se faz algum sentido que numa empresa inteiramente pública, cuja sobrevivência depende de centenas de milhões de euros que o Estado por lá injecta todos os anos, como é o caso da CP, se faz algum sentido, dizia eu, que um pequeno grupo de trabalhadores dessa empresa (os maquinistas) tenha a liberdade de parar totalmente a empresa. Já nem sequer estou a olhar para os prejuízos e transtornos que acarretam para centenas de milhar de outros trabalhadores. Estou só a olhar para a irracionalidade da situação. Acho que o Estado teria meios legais de impedir semelhante bronca. Os maquinistas, se têm reivindicações a fazer, que convençam disso os outros sindicatos da empresa para paralisarem por atacado. Passa-se outro tanto, inúmeras vezes, com os pilotos da TAP. Queixem-se depois quando vier a ser decidido, se aparecerem coragem e corajosos, privatizar essas empresas.
Gostava (3) que me informassem, os sindicatos e os partidos ditos obreiristas, o que deve fazer um empresário (ou o que faria um dirigente desses partidos ou dirigente sindical, se caísse na boa de ser empresário) que no meio de, por exemplo, 50 trabalhadores, tenha 2 ou 3 calaceiros, pouco assíduos, não cumpridores de metas, instigadores de mau ambiente, etc. Dar-lhes o salário e mandá-los para casa? Seria um prémio que qualquer calaceiro aceitaria logo. Ou ter a oportunidade de os mandar “dar uma volta ao bilhar grande” abrindo brecha para admitir outros tantos com quem se pudesse contar para produzir? É tema que está agora na berlinda da discussão. Mas gostaria de receber o ponto de vista da CGTP e do PCP/BE.

José Pinto da Silva
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