domingo, 8 de maio de 2011

DEMOCRACIA MADEIRENSE

Vale a pena ler o livro “JARDIM, A Grande Fraude” escrito pelo jornalista Ribeiro Cardoso. Todas as afirmações e denúncias passadas em todo o correr do livro estão bem estribadas, pelo que muito difícil é poder haver qualquer desmentido. Por isso mesmo não houve. E, assim sendo, aquilo é mesmo gerido como se fosse uma grande quinta, como um dono e suserano, com uma dúzia de capatazes, uma mão cheia de lambe botas, beneficiários de algumas bênçãos e benesses e o resto de servos reverentes e obedientes. Não vou fazer descrições de situações escabrosas, porque tudo aquilo é escabrosidade, mas não posso deixar de deixar uma nota.

Todos se recordam de quando dos acontecimentos que, em Timor, antecederam o referendo que deu caminho à independência do território e sobretudo depois do referendo e durante os quais houve massacres horrorosos e destruição massificada de habitações e quase todos os edifícios por toda a parte leste da ilha, todos se recordam que houve em Portugal um movimento de solidariedade e o próprio Estado português ajudou financeiramente aquela nossa ex-colónia e, depois da independência, estabeleceu programas de apoio para a reconstrução do país e formação de forças armadas, forças de segurança e procura de radicação da língua portuguesa no território. Nessa altura o que se assume como dono e senhor da Madeira vomitou a expressão de nem mais um tostão para Timor. E da Madeira não foi mesmo nenhum.

Recordamos agora a tragédia que bateu à porta da Madeira em 20 de Fevereiro de 2010, tragédia que nada teve a ver, em tamanho de destruição e de perdas de vidas humanas, com o ocorrido em Timor em 1999 e, depois de tudo, não posso deixar de transcrever o seguinte, do Conselho de Ministros de Timor:

“Na sequência das inundações que atingiram a Região Autónoma da Madeira, provocando dezenas de mortos e avultados prejuízos, o Conselho de Ministros, em acto de solidariedade a apoio para com o povo e autoridades daquele arquipélago português, aprovou a atribuição de ajuda financeira no valor de 750 mil dólares norte americanos, para ajudar a colmatar os estragos e perdas sofridas com as fortes chuvadas que assolaram a região”.

Mais comentários para quê? O parlamento nacional tem 4 deputados eleitos pela Madeira. Não se terão sentido anões políticos ao saberem disto?

José Pinto da Silva

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