domingo, 7 de agosto de 2011

AINDA O CENSOS 011

O Presidente da Câmara da Covilhã, declarando a propósito do Censos 011 disse que “está em causa a credibilidade destes Censos. Houve pressões de autarcas junto dos recenseadores”. Isto tinha a ver com incluir determinadas comunidades habitacionais numa freguesia ou noutra e, no caso dele, num concelho ou noutro. Significa que, a ser verdade, com influências, foi possível passar-se um núcleo duma para outra freguesia, adulterando-se os resultados.

Por cá terá ocorrido, ou ocorreu mesmo, pressão de um autarca para aumentar os seus fregueses e o inverso de outro autarca que, por inércia, incompetência, desinteresse, (ou interesse de sentido contrário), concedeu, sem peleja, que o núcleo habitacional que se estende pela rua dos Namorados (este nome toponímico foi atribuído àquela rua nos anos 40 do séc. XX), até à saída para Azevedo fosse recenseado como sendo de Lobão e foi-o indevidamente, porque o mais que deveria ter sucedido era ter ficado aquele núcleo como ficara em 2001. Zona de indefinição e avivar o interesse em solucionar definitivamente a situação. Isso cabe aos autarcas. Que o queiram ser.

A este propósito, lembro à população em geral e particularmente ao cidadão que está a presidente da Junta de Freguesia de Caldas de S. Jorge que consta dos anais da freguesia que: “Foi em princípios de 1931 (há 80 anos, acrescento meu) que um grupo de homens de S. Jorge resolveu trazer para aqui este melhoramento (luz eléctrica) e conseguiu-o. Primeiramente entenderam-se com os de Louroza e Fiães (já havia lá energia) para construírem uma cabine nesta freguesia (S. Jorge).” Depois da construção da rede, a luz eléctrica foi inaugurado no dia 13 de Julho de 1931.

Diz-nos um cidadão de cá natural e cá residente, agora com 90 anos, que o grupo de homens incluía o Sr. Ribeiro, o Sr. Joaquim Santos, o Sr. Dr. Carlos, o Sr. Manuel da Bica, o Sr. Xico das Areias e outros e disse que houve o cuidado de construir a cabine em terreno de S. Jorge. Essa cabine ainda existe e está no local onde foi erigida. Alguns metros a nascente da estrada de Azevedo. Para que conste. É necessário não ignorar que, ao tempo, as propriedades eram matriciadas ao gosto do proprietário, independentemente da localização.

Deveria ter também, quem está na Junta de Freguesia em funções, o dever de cidadania e de bairrismo de conhecer o documento produzido em 1955 pelo, então pároco, Padre António Guimarães, para ajudar a dirimir o litígio de cariz mera e exclusivamente de âmbito eclesiástico, que nunca administrativo/territorial, com o então pároco de Lobão.

Espera-se que um conhecido historiador investigue a origem e o significado dos marcos encimados com a Cruz das Cruzadas, espalhados parece que indiscriminadamente por vários locais e que se pretende possam ser limitadores de freguesias, mas que, mais logicamente, até pelo distintivo da Ordem Militar de Cristo, terão sido colocados para marcar limites de Comendas atribuídas à Ordem de Cristo. Aguarda-se a disponibilidade do historiador para emitir parecer fundamentado.

José Pinto da Silva

Comentários
0 Comentários