quarta-feira, 17 de agosto de 2011

ESPAÇOS PÚBLICOS

Que tem andado por aí a brigada municipal controladora do uso indevido de espaço público, é o que se tem dito onde se para. E, nos casos detectados, ou abordados – parece que situações flagrantes têm tido o tratamento do olho fechado – passa-se logo o papel coimante e notificação de se colocar em situação não “delituosa” no prazo de poucos dias. Ouve-se falar que os fiscalizadores fazem lembrar as personagens bíblicas que vêem um argueiro no olho do vizinho e não sentem a trave na frente dos olhos próprios. Que é como quem diz, do vizinho mais cooperante. O que é como quem diz que reparam e coimam o que, eventualmente, ocupa um pequeno lampejo de terreno e esquecem, ou tapam os olhos, ou procuram e não encontram situações flagrantíssimas de ocupação da via pública, criando zona de utilização privada, vedada e de acesso controlado e controleirado. Como diria o Octávio Machado, vocês sabem do que estou a falar. Até se diz que num caso multaram o uso de um espaço que sempre foi de uso particular. Dizem que há fotografias antigas a determinar isso mesmo. Fala-se também que irá haver resistência e mesmo desobediência civil com o não pagamento das coimas, invocando situações mais evidentes mesmo ao pé. Assunto desenvolver.

POSTO DE CORREIOS

Parece estar decidido, sem retrocesso, o encerramento da Estação dos CTT de Caldas de S. Jorge. Noticia-se, de resto, que está determinado o local particular onde virão a ser prestados os serviços postais. Ainda há dias a imprensa regional e mesmo a grande imprensa a isso se referiu.

Mesmo que, porventura, o contratado privado preste serviço similar em quantidade e qualidade, não há dúvida que a freguesia, a comunidade, deixa de ter um equipamento de serviço público prestado por empresa pública e sobretudo deixa a nostalgia de ver que um bem cuja conquista deu um indizível trabalho de contactos, de insistência e mesmo de influências, foi deixado ir sem uma ponta de luta. Ninguém se afligiu, ninguém se preocupou com a perda, nem se lembrou que em 1997, singelamente, se comemoraram os 25 anos da inauguração. Que não valia a pena resistir? Há quem diga. Mas não se tentou. Também ouvi dizer que os de S. Jorge são uns moles. Em Vilar da Veiga, freguesia onde estão as Termas do Gerês, também a Estação dos CTT era para fechar. Só que a Junta de Freguesia, com apoio da Câmara de Terras do Bouro e com a movimentação da estância e mais a da população, a situação ficou suspensa. E a Estação lá vai continuar. E, em Caldas de S. Jorge, há muitos anos, não fora o empenho empenhado, na altura, da Junta de Freguesia, da Assembleia de Freguesia, da Câmara e inclusive da Assembleia Municipal, mais a Direcção das Termas, mais a inclusão das empresas da terra, não fora esse trabalho em conjunto e a Estação teria então fechado. A diferença foi que, na altura, lutou-se pelo bem e agora achou-se que o melhor era deixar sair o bem.

Pelo mesmo desinteresse se deixou fugir o Centro Escolar, se não deram passos para conseguir a participação da Junta no capital da Sociedade de Turismo, se não apanhou a ideia de tentar trazer para cá a Escola de Hotelaria, Turismo e Termalismo, se não tentou sequer a candidatura a verba para limpar e requalificar o Rio Uima – a Junta foi alertada a tempo em reunião da Assembleia de Freguesia. Havia a obrigação de, pelo menos, tentar.

A única coisa que foi feita com diligência foi dar o pago de meio tempo (cerca de € 620,00) ao presidente da Junta. Que eu continuarei a classificar como esbulho à freguesia.

José Pinto da Silva

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