quarta-feira, 14 de setembro de 2011

CORTAR GORDURAS

Os doutores que entraram p’ro governo mais não dizem do que é preciso cortar gorduras, nas gorduras do Estado, mas parece que quem é gordo não consegue adivinhar onde está qualquer outra gordura. O Prof. Gaspar já disse que é muito mais fácil dizer que se corta, do que fazer o corte. Olha a dúvida! Parece que não aprenderam a suturar o golpe e não podem deixar o bicho de papo aberto.

Aqui se sugere um corte de costura simples e que até pode ser feito sem anestesia. É de pouco doer. O país tem 4 260 freguesias, logo tem outros tantos presidentes de Junta. Como não faz sentido que estejam nas Assembleias Municipais, porque não são eleitos para esse órgão e o desvirtuam, quer na composição, quer nos resultados de deliberações, devem sair pura e simplesmente. Acho que constituem um furúnculo na democracia autárquica.

Cada eleito para o órgão recebe, em senha de presença, € 76,30 por reunião e os presidentes de junta também (nos concelhos de Lisboa e Porto recebam um pouco mais e nos concelhos com menos de 40 000 eleitores, um pouco menos. Considere-se aquele um valor médio) e considerando que as Assembleis reúnem 8 vezes por ano (4 ordinárias e 4 extraordinárias) faz com que aufiram 4 260 x 76,30 x 8 = € 2 600 304,00. É uma gordura que já dá um bom púcaro de banha.

Depois, nos Executivos Municipais, os vereadores sem pelouro (os de oposição minoritária) são absolutamente inúteis. As suas propostas não são aceites e os seus votos a favor ou contra não têm relevância. Se considerarmos que, em média, há 3 vereadores nesta situação por município, como há 308 concelhos, estão por lá 924 vereadores inúteis. Como receberão, acho, cerca de € 80,00, em média, por reunião em senhas de presença e considerando-se que há uma reunião por semana, teremos: 924 x 80 x 52 = € 3 843 840,00.

Nestes dois items poupar-se-iam 6 444 144,00 euros.

E fará algum sentido a verba paga a título de despesas de representação aos presidentes de Câmara e vereadores em permanência? Dessa forma é, claramente, um reforço de salário, isento de impostos. Acho um roubo. Porquê não serem reembolsados à factura? Recebem o que gastarem quando saídos em representação da autarquia. Normalmente vão em viatura pública, no banco traseiro, conduzidos por motorista público. Justifiça-se que os presidentes tenham um complemento de salário de mais de 1 000,00 euros e cerca de 600,00 os vereadores? Acho um roubo.

José Pinto da Silva

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