segunda-feira, 24 de outubro de 2011

EFEMÉRIDE - CHEIA DO RIO UÍMA DE 1954


Ocorre hoje, 24 de Outubro de 2011, o 57º. Aniversário da maior cheia do Rio Uima, nomeadamente em S. Jorge e com forte incidência na baixa da Sé, no que eram, ao tempo os Campos do “Lóreiro” e do Ti Fulgêncio. Nas imagens temos o edifício da antiga Pensão Central, do casal Celestino Valinho e Maria Rosa Santos e temos o chafariz que, ao tempo ali existia. As duas senhoras representadas são, felizmente, vivas e moravam na Pensão Central. Eram filhas dos donos.

Para esclarecimento de algumas pessoas que não se coíbem de colher e incluir em processo oficial documentos falsos e de ouvir depoimentos claramente debitados à satisfação de quem se dispôs a ouvi-los e que não resistem à menor avaliação, daqui se podem referir alguns dados esclarecedores.

A água que andou por cima do telhado do moinho do Zé Moleiro, quase o cobrindo todo, passou por cima, com grande turbilhão, do murete da ponte (em frente à Pensão), derrubou esse murete, passou por cima do muro que circundava todo o parque e, dentro do Parque, com a influência de toda a água que vinha dos campos desde o alambique até às Caldas, enfurecida pela quantidade enorme de enxurro que vinha dos campos desde a Igreja (a norte dela) até à carreira, toda essa água saia em turbilhão por cima do muro das Caldas e tudo o que estava no parque, sobretudo madeiras (andava-se em obras) foi arrastado por cima do muro e juntou-se à enorme avalanche líquida que enchia os campos.

A rua, agora Dr. Domingos Coelho, estava absolutamente inundada com mais de um metro de altura de água e a água subiu bem acima do tanque do chafariz. O Elísio Mota, veio da Sé até à ponte e foi apanhado pela subida da água. Subiu o muro e correu até à entrada do parque (a mesma que existe, quase em frente ao actual fontanário) e teve que se agarrar a um pilarete ali existente para não ser levado pela água que, com muita pressão passava por cima do muro. Ele poderá ainda conformar esta verdade.

Como referência, diga-se que a água inundou a padaria (as duas portas no alçado sul da Pensão) e saia em redemoinho pela janela à vista. Mais de um metro de água dentro da padaria. E será de evidenciar que o campo do Valinho, que estava a uma cota cerca de três metros abaixo da estrada, encheu até cima, os baixos da Pensão foram tomados pela água e subiu mais de metro no piso do rés-do-chão. Há inúmeras pessoas que podem ainda atestar estas verdades. E confirmar que afinal “o acesso está bem abaixo da cota da maior cheia conhecida para o local. ”

Ao ver a imagem deste encantador chafariz, quase me dá vontade de perguntar se ele não estará a embelezar algum jardim de algum solar por aí à volta. Custa-me a crer que o tenham feito em cascalho.

José Pinto da Silva


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