FUGA DE INFORMAÇÃO
Dia a dia
foram chegando detalhes sobre a nota reservada distribuída pelo Ministro das
Finanças no Conselho de Ministros de 18 de Dezembro/2011, onde deixou claro que
o Orçamento para 2012 continha um erro e que, por via dele, o défice de 2012
haveria de ser de 5,4% do PIB e não 4,5% como lá constava. Esqueceram-se, além
de outras verbas, - do alto da sua proclamada competência – de incluir as
reformas a pagar aos bancários, por causa da passagem dos Fundo de Pensões para
a Segurança Social. Esta falha, mais uns “trocos” não incluídos, chegavam à
volta de 1 000 M de euros, onde se incluía o buraco da Madeira, ou melhor, do
Alberto João.
O pior de tudo
é que, “solidariamente”, houve algum integrante do Conselho que soprou para o
DN e foi a confusão generalizada. Como foi possível que uma mera informação de
trabalho, ainda não explicada ao GP, nem ao partido, nem à oposição, nem ao
país, saísse para a comunicação social logo na hora? Quem seria o traidor? Será
que abriram algum inquérito para tentar descobrir o delator? O Ministro das
Finanças, aflito, diz que fará um orçamento rectificativo e que não haverá
medidas de austeridade adicionais e que, se preciso, recorrerá à alienação de
património (só se tentar vender o Mosteiro dos Jerónimos, o CCB ou o Palácio da
Ajuda, porque prisões ninguém as quer) e recorrerá à venda de concessões de
jogo (alargar o casino em que se está a tornar o país).
O Primeiro-Ministro
diz, assertivamente, que vai cumprir o programa (custe o que custar) e não
prevê mais austeridade. Excepto se houver causas externas. Esqueceu-se da baixa
previsível (e já confirmada) da receita, baixa já reforçada com o
reconhecimento de que o crescimento é bem mais negativo do que previram. O
ministro da economia (e do trabalho e mais uma data de pastas) diz que vão
fazer de tudo para cumprir o memorando, mais o acordo de concertação e, se
assim for, (não sabe é se será) não haverá mais medidas de austeridade. Mas …
de quinze em quinze dias aparece uma entidade a adivinhar uma perda no PIB e já
poucos se revêem nas previsões governamentais e há mesmo os pessimistas que
apontam para um decréscimo do produto para muito perto dos 5% negativos. Seria
o descalabro! Lembramo-nos todos do que foi dito, em sede de Parlamento, por
toda a oposição (bem unida PCP+PSD e BE+CDS e PEV – viram a mistura?) quando, a
justificar alterações das previsões macroeconómicas, Sócrates dizia que o mundo
económico se alterava radicalmente no espaço de 15 dias.
COROLÀRIO: O
ministro das finanças com a malta que tem à sua volta tem que ver bem o que diz
e a quem. Foi bem pior do que a divulgação da célebre tirada de Pedro Nuno
Santos quando disse para os bancos se porem finos. E a divulgação não foi feita
por gente da casa e muito menos por gente do governo.
E … POR
SEMELHANÇA: Há tempos foi entregue, em reunião de Câmara (da Feira) a
determinado vereador uma informação escrita sobre assunto sobre o qual eu
próprio me tinha pronunciado, a partir de dica saída na blogosfera. O certo é
que, logo no mesmo dia, no seguinte ou dois dias depois, essa informação, que
teve parto no Departamento Técnico, apareceu esparramada na mesma blogosfera e
logo cresceu a curiosidade nos autores (da informação), em saber quem teria
espalhado a nova, e pior, a curiosidade levou-os ao plasmador da notícia a perguntar
se, porventura tinha sido eu quem cedera a cacha. E eu fiquei a perguntar-me:
porquê eu? Os perscrutadores esqueceram-se de que há sempre alguém disponível
para soltar a dica a quem conhece os interstícios dos gabinetes todos, de
todos. E esse não serei, seguramente eu.
E a propósito
da tal informação, a esplanada, que devia ser aberta, está fechada, estando
aumentado o espaço de serviço em quase o dobro, o “barraco” instalado e que
deveria ter saído, não saiu e por causa das coisas, o espaço atapetado a
madeira cresceu, contrariando a determinação expressa na tal informação que,
visto isso, era reservada. Tão reservada como para não ser cumprida. Amigos há
que ficam sempre dispensados de dar cumprimento às deliberações, ou há
deliberações que não são consequência dos pareceres. Técnicos.
José Pinto da Silva
Obs.: Já sei o nome do tal Eng. cujo familiar disse
que, se não
fosse ele - o familiar – aquilo (o ZIP)
não estaria
ali. Haverá desenvolvimento.