LITERACIA -
(I)LITERACIA
Para pesquisar
certo assunto tratado e debatido na Assembleia de Freguesia de Caldas de S.
Jorge, procurei obter, e obtive, cópia da Acta da reunião de Junho de 2011 e,
para alem do que procurava, encontrei e fiquei paspalho com os erros de
palmatória na escrivança do documento.
Para além de
alguns erros de concordância (sujeito no plural e predicado no singular),
constatei que o escrivão não imagina como é a conjugação dos verbos haver e
vir. Pior ainda, confunde totalmente o verbo haver com o verbo ouvir, o que
traz a certeza de que se não trata de eventual gralha de batimento. Até porque
persevera no mesmo erro. Ex.: “ouve concurso? … ouve pedido de orçamento? E por
diversas vezes aparece “interviu” a substituir “interveio”. Falhou a conjugação
do verbo vir e, duplo erro, escreveu-se “entreviu” no lugar do “interveio”. E
consegui adivinhar que na freguesia existe um sistema de rega “por expressão”.
Por certo o escrevinhador nunca terá ouvido falar em “rega por aspersão”.
E deu para rir também o debate,
que terá havido na reunião, sobre quem escrever as Actas. Chegou a ser proposto
(mesmo pelo Presidente da Junta que nada tem a ver com o assunto) que os
eleitos do PS se incumbissem dessa tarefa, para o que até disponibilizariam paga.
Só por chacota! Porque se não lembrou a Mesa de se demitir e de perguntar aos
membros do grupo PS se estariam disponíveis para compor a Mesa (presidente e
1º. Secretário)? Se mostrassem disponibilidade e houvesse eleição (a Mesa
demissionária votaria favoravelmente para se livrar da chatice), à nova Mesa
ficaria cometida a obrigação de escrever as Actas. Documentos obrigatórios,
sublinhe-se. Porque não experimentam? Afinal, um parece que tem pouco tempo
para essas coisas de Assembleias de Freguesia e outro parece que só tem a
preocupação de garantir a senha de presença.
O que parece
ser de exigir é que, primeiro, as Actas sejam escritas, descrevendo de forma
sucinta mas clara o ocorrido na reunião, e presentes, pelo menos, na abertura
da reunião seguinte à relatada na Acta e creio ser exigível, cada vez mais
exigível, mesmo por questão de decência, que sejam escritas em português sem os
erros que, in illo tempore, o Professor Carlos assinalaria a golpes de reguada.
Costuma definir-se a Acta como um relato de tal forma claro que, mesmo quem não
assistiu à reunião, lendo-a, fique com uma ideia clara do ocorrido.
José Pinto da Silva