segunda-feira, 5 de março de 2012


LITERACIA -  (I)LITERACIA

Para pesquisar certo assunto tratado e debatido na Assembleia de Freguesia de Caldas de S. Jorge, procurei obter, e obtive, cópia da Acta da reunião de Junho de 2011 e, para alem do que procurava, encontrei e fiquei paspalho com os erros de palmatória na escrivança do documento.
Para além de alguns erros de concordância (sujeito no plural e predicado no singular), constatei que o escrivão não imagina como é a conjugação dos verbos haver e vir. Pior ainda, confunde totalmente o verbo haver com o verbo ouvir, o que traz a certeza de que se não trata de eventual gralha de batimento. Até porque persevera no mesmo erro. Ex.: “ouve concurso? … ouve pedido de orçamento? E por diversas vezes aparece “interviu” a substituir “interveio”. Falhou a conjugação do verbo vir e, duplo erro, escreveu-se “entreviu” no lugar do “interveio”. E consegui adivinhar que na freguesia existe um sistema de rega “por expressão”. Por certo o escrevinhador nunca terá ouvido falar em “rega por aspersão”.
E deu para rir também o debate, que terá havido na reunião, sobre quem escrever as Actas. Chegou a ser proposto (mesmo pelo Presidente da Junta que nada tem a ver com o assunto) que os eleitos do PS se incumbissem dessa tarefa, para o que até disponibilizariam paga. Só por chacota! Porque se não lembrou a Mesa de se demitir e de perguntar aos membros do grupo PS se estariam disponíveis para compor a Mesa (presidente e 1º. Secretário)? Se mostrassem disponibilidade e houvesse eleição (a Mesa demissionária votaria favoravelmente para se livrar da chatice), à nova Mesa ficaria cometida a obrigação de escrever as Actas. Documentos obrigatórios, sublinhe-se. Porque não experimentam? Afinal, um parece que tem pouco tempo para essas coisas de Assembleias de Freguesia e outro parece que só tem a preocupação de garantir a senha de presença.
O que parece ser de exigir é que, primeiro, as Actas sejam escritas, descrevendo de forma sucinta mas clara o ocorrido na reunião, e presentes, pelo menos, na abertura da reunião seguinte à relatada na Acta e creio ser exigível, cada vez mais exigível, mesmo por questão de decência, que sejam escritas em português sem os erros que, in illo tempore, o Professor Carlos assinalaria a golpes de reguada. Costuma definir-se a Acta como um relato de tal forma claro que, mesmo quem não assistiu à reunião, lendo-a, fique com uma ideia clara do ocorrido.

José Pinto da Silva
     
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