terça-feira, 25 de dezembro de 2012


FELIZ NATAL? BOM 2013?

Logo à noite vamos ser bombardeados com o que normalmente se chama de “Mensagem de Natal do Primeiro-Ministro”. Será bombardeado quem não fizer zapping para um canal de desenhos animados – e que, depois de enormes – chatas e compridas – promessas de tudo vir a ser bem feito para trazer mais bem estar aos (alguns) portugueses, apelará à paciência para sacrifícios que não é capaz de evitar, à generalidade, para poder dar fartura a alguns e acabará com a repetida, e por ele não sentida, expressão “Bom Ano de 2013”.
É preciso ter uma cara de pau pintada para vomitar tal expressão para Portugal e para os portugueses, para a quase totalidade, quando já decidiu, e mesmo anunciou, que vai cortar 4 mil milhões nas áreas sociais, com incidência na Segurança Social (pensões de reforma), na Saúde e na Educação, o que trará algum acrescento à falta de comida para centenas de milhar de famílias, fome, da negra como soe dizer-se, daquela de nada ter para levar à boca, (e já se anuncia que, depois, ainda irá cortar nos salários dos funcionários públicos); Corte na saúde, o que significará menos gente a aceder aos cuidados primários e ainda mais aos cuidados hospitalares – notar que em Novembro se apurou que tinha havido em 2012, até então, menos um milhão de consultas e menos 500 000 idas a urgências hospitalares. Será que a fome deu saúde às pessoas? Ou deixou de haver dinheiro para moderadoras, para transportes e, não havendo dinheiro para remédios, que vale ira ao hospital? E depois na educação. Depois de tudo isto anunciado, espera-se que não venha a ser concretizado, por qualquer razão que não adivinho, mas que sobre a nódoa alguém despeje benzina ou ao menos lixívia.
Depois deste rol de promessas/ameaças, não será preciso ter lata para augurar Bom 2013 ao povo que ele faz definhar por ideologia, porque ele é assim mesmo, porque obedece a ditames merkelianos? Eu não aceito os Votos e devolvê-los-ia se não soubesse que as medidas que decreta para o povo em nada o afectam a ele.
Quem ouvir a mensagem, que tente ouvir em simultâneo o que ele disse no mesmo dia de 2011 e dará para rir para quem não tenha lágrima fácil. E depois que procure ouvir o que o farsante disse desde o início de 2011 até às eleições e mesmo no imediato depois das eleições. Dá ganas de partir o aparelho.
Eu não o ouvirei.

José Pinto da Silva
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