FELIZ NATAL? BOM 2013?
Logo à noite
vamos ser bombardeados com o que normalmente se chama de “Mensagem de Natal do
Primeiro-Ministro”. Será bombardeado quem não fizer zapping para um canal de
desenhos animados – e que, depois de enormes – chatas e compridas – promessas
de tudo vir a ser bem feito para trazer mais bem estar aos (alguns)
portugueses, apelará à paciência para sacrifícios que não é capaz de evitar, à
generalidade, para poder dar fartura a alguns e acabará com a repetida, e por
ele não sentida, expressão “Bom Ano de 2013”.
É preciso ter
uma cara de pau pintada para vomitar tal expressão para Portugal e para os
portugueses, para a quase totalidade, quando já decidiu, e mesmo anunciou, que
vai cortar 4 mil milhões nas áreas sociais, com incidência na Segurança Social
(pensões de reforma), na Saúde e na Educação, o que trará algum acrescento à
falta de comida para centenas de milhar de famílias, fome, da negra como soe
dizer-se, daquela de nada ter para levar à boca, (e já se anuncia que, depois,
ainda irá cortar nos salários dos funcionários públicos); Corte na saúde, o que
significará menos gente a aceder aos cuidados primários e ainda mais aos
cuidados hospitalares – notar que em Novembro se apurou que tinha havido em
2012, até então, menos um milhão de consultas e menos 500 000 idas a urgências
hospitalares. Será que a fome deu saúde às pessoas? Ou deixou de haver dinheiro
para moderadoras, para transportes e, não havendo dinheiro para remédios, que
vale ira ao hospital? E depois na educação. Depois de tudo isto anunciado,
espera-se que não venha a ser concretizado, por qualquer razão que não
adivinho, mas que sobre a nódoa alguém despeje benzina ou ao menos lixívia.
Depois deste
rol de promessas/ameaças, não será preciso ter lata para augurar Bom 2013 ao
povo que ele faz definhar por ideologia, porque ele é assim mesmo, porque
obedece a ditames merkelianos? Eu não aceito os Votos e devolvê-los-ia se não
soubesse que as medidas que decreta para o povo em nada o afectam a ele.
Quem ouvir a
mensagem, que tente ouvir em simultâneo o que ele disse no mesmo dia de 2011 e
dará para rir para quem não tenha lágrima fácil. E depois que procure ouvir o
que o farsante disse desde o início de 2011 até às eleições e mesmo no imediato
depois das eleições. Dá ganas de partir o aparelho.
Eu não o
ouvirei.
José Pinto da Silva