sexta-feira, 25 de janeiro de 2013


DINHEIRO PARA SALÁRIOS E PENSÕES

É recorrente ouvir-se, das mais diversas origens, que em Abril de 2011 tivemos de recorrer ao Programa de Ajustamento da Troika (resgate financeiro), porque não haveria dinheiro para em Junho seguinte não haveria dinheiro para pagar salários públicos, nem para pensões. Ouviu-se inclusivamente hoje da boca do tipo que está a ministro da dita solidariedade que, ou é totalmente néscio e mesmo ignorante, ou então pior é um tipo carregado de má fé. Uma coisa ou outra sabe-se é que não é social, é muito mais pela esmola, a que humilha e torna indigno que a dá. E, infelizmente, já se ouviu o mesmo de pessoas que, pela sua posição de ligação inclusive ao PS, tinham o dever de não só desmentir, como desmontar a falácia, consultando os dados da execução orçamental do 1º. Semestre de 2011, tudo isso acessível. O que verdadeiramente preocupava o ministro das Finanças era a amortização de títulos de dívida pública com vencimento em Julho desse ano. Chaque chose à sa place.

“Desde que a economia seja capaz de gerar receitas fiscais e a respectiva administração tenha capacidade para as cobrar, o dinheiro para financiar as funções do Estado só falta se não houver rigor na gestão dos serviços públicos, ou se for utilizado para satisfazer amortizações de dívida pública que os mercados não refinanciam em condições razoáveis…” “Como as receitas do Estado chegavam para pagar os salários e as contribuições chegavam para pagar as pensões.

No primeiro semestre de 2011 as receitas cobradas de impostos sobre o rendimento (IRS e IRC) ascenderam a 5.643 MM de euros e os salários pagos aos trabalhadores do Estado e dos Fundos e Serviços Autónomos somaram 5.099 MM, ou seja o valor da cobrança de só dois impostos foi suficiente para pagar todas as remunerações certas e permanentes da responsabilidade da administração central. A soma daqueles dois impostos é inferior à receita arrecadada no mesmo período respeitante ao IVA (6.654 MM euros). Ora, numa situação em que a confiança no país estava a ser abalada, a atitude mais correcta não era contribuir para este processo de descredibilização, mas antes pelo contrário, destacar as nossas capacidades e virtualidades, como era, no caso, a boa execução orçamental.
Outro exemplo positivo das nossas finanças públicas, que tinha merecido ser enaltecido naquele contexto de falta de credibilidade externa é a sustentabilidade do nosso sistema de segurança social depois da reforma de 2007. De facto, mesmo no período de contracção do emprego, as contribuições e quotizações cobradas superavam as despesas com pensões, 6.634 contra 6.337 MM de euros no primeiro semestre de 2011” Conf. Sem Crescimento Não Há Consolidação Orçamental, pag. 92/94.

Estava-se ao tempo no olho do furacão, com um governo de gestão, com capacidade deveras limitada, com ataques dos mais soezes contra as suas figuras cimeiras, ataques perpetrados por uma troupe de energúmenos que acabaram por demonstrar ser os maiores falaciosos que imaginar-se pode, além de incompetentes até dizer chega.
Tenho acompanhado com algum cuidado o tipo de oposição que o PS tem feito a este governo e interrogo-me porquê este argumentário não saiu nunca. Não será pelo preconceito de poder alguém pensar que se estava a dispensar algum elogio ao governo PS e nomeadamente a José Sócrates? Alguém terá anotado que António José Seguro NUNCA teceu qualquer alusão às medidas correctas tomadas pelo governo que ele, de forma mais ou menos subreptícia, sempre foi boicotando, porque andava muito mais preocupado em minar o aparelho partidário. Com finalidade bem marcada. Mas …, diz o povo, quem mal anda mal acaba.

José Pinto da Silva
Comentários
0 Comentários