segunda-feira, 14 de março de 2016

AGREGAÇÃO DE AUTARQUIAS



Vinha no JN de hoje, Domingo, 13 Março, a notícia que vou transcrever e, depois, brevemente comentar.
O Secretário de Estado das Autarquias Locais disse ontem que o Governo pretende reavaliar, este ano, a agregação de freguesias de 2013, para corrigir eventuais erros antes das eleições autárquicas de 2017.
Estamos a fazer uma avaliação em parceria com a ANAFRE e, após essa avaliação, vamos ter que chegar a conclusões, disse Carlos Miguel à Agência LUSA, indicando não estarem discutidos os critérios nem as alterações.
Nem tudo vai ficar na mesma, nem tudo vai voltar ao que era atrás. Temos de encontrar o meio termo entre aquilo que era e aquilo que é, notando haver experiências de agregação mal sucedidas. A reorganização administrativa levou à redução de 1.165 freguesias das 4.259 então existentes. Este o teor da notícia.
Antes de comentar será importante dizer-se que, em termos económicos e financeiros, não aconteceu nenhum benefício para o país. Em muitos casos só saiu beneficiado o ego de certos autarcas que tem de democracia um conceito de, ‘somos democratas, mas aqui, mais aqui e eventualmente ali, mando eu e isto passou a ser o meu quintal aumentado’.
Vamos tentar abordar o caso da junção das freguesias de Caldas de S. Jorge com Pigeiros. Como primeiro ponto, caberá dizer que, mesmo tendo havido a decisão maioritária da Assembleia Municipal, no concreto caso de Caldas de S. Jorge, o seu representante, presidente de Junta, desrespeitando a deliberação tomada pela Assembleia de Freguesia, votou em sede de Assembleia Municipal favoravelmente a agregação com Pigerios, quando o órgão local tinha decidido contra. Aconteceu uma ilegalidade gritante exactamente ao jeito de quem entende que a freguesia e, de facto, o seu quintal. Depois, ao que se diz, a gestão tem sido demasiado parcial, havendo tratamento basto diferente nas duas freguesias, nomeadamente no concernente à limpeza de ruas e logradouros públicos.
Para coroar o bolo, há muito desconforto por banda das populações, quiçá de forma mais pronunciada do lado de Pigeiros.
Face a semelhante desconforto, na circunstancia de ser neste momento autarca, trataria de elaborar relatório o mais circunstanciado possível, relatando casos, relatando formas de actuação dos autarcas antes e depois da agregação e invocaria todas as anomalias conhecidas e receadas para requerer a desagregação. Será que os actuais eleitos não pensarão nisso? E mesmo as pessoas mais influentes de ambas as freguesias agregadas não tomarão uma posição firme, como a de, por exemplo, encher a caixa de correio electrónico do Secretário de Estado de e-mails a pedir a desagregação?


José Pinto da Silva
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