Ainda a
respeito do mesmo aluda-se ao que vem plasmado na Acta da Reunião da Assembleia
de Freguesia da União Caldas de S. Jorge / Pigeiros, de 28 de Setembro de 2015.
A uma pergunta de um eleito sobre a situação do hotel e dos seus acessos, disse
o presidente da Junta: “que o projecto está aprovado, vai ser feita candidatura
ao PRODER, existem garantias por parte do proprietário, inclusive já foi
contratado um gestor para dar início ao projecto, em relação aos acessos, estes
serão feitos pelas Termas” (sic). Copiadas as palavras e a pontuação adoptadas
pelo redactor. E estas informações merecem um comentário.
São as Termas que vão fazer os
acessos, o mesmo que dizer que se responsabilizarão pela compra e demolição da
Fabruima e da casa contígua e construirá o acesso. Como, ao que parece as
Termas só têm gerado prejuízos nos últimos anos, será uma forma sub-reptícia de
a Câmara entrar com os custos das acessibilidades. Ou será para ser feito um
requerimento de financiamento a qualquer instituto e ser mais conveniente que
seja em nome das Termas? Ou será mesmo para que esta obra não venha a aumentar
o endividamento da Câmara? Não parece que esse dado tenha constado do caderno
de encargos da cedência do terreno. Cedido e um euro o m2, mais a compra,
demolição e estruturação do espaço criado. Muito dinheiro. Ficamos a saber que
o PRODER – Programa de Desenvolvimento Rural poderá vir a financiar o hotel,
inclusive já terá sido contratado um gestor para tratar das influências
necessárias. Ficamos a imaginar qual a relação que se possa estabelecer entre
um Hotel (de 4 estrelas, de luxo, portanto) e qualquer espécie de
Desenvolvimento Rural. E a Câmara, ou as Termas em sua substituição, recorrerão
também ao mesmo instituto para que o projecto (que ainda se não conhece) do
acesso seja também financiado?
Afinal o que
se queria evidenciar com esta nota era a criação outros alojamentos de
classificação “HOSTEL” quer no edifício da antiga Estação dos Correios, quer na
Casa da Bica, no extremo sul da rua António H. Ribeiro. É o que se vai dizendo
e as obras em curso em ambos os edifícios sugerem isso mesmo. E será de
acreditar que estes dois casos irão requerer ao mesmo instituto agrícola
idêntico financiamento. A curiosidade está ainda no facto de todos os projectos
a serem eventualmente financiados pelo Desenvolvimento Rural se situarem na
Zona mais Urbana da Freguesia de Caldas de S. Jorge. Como estão outros
projectos que foram também assim financiados.
Óbvio que nada
há contra a ajuda ao investimento, tratando-se de investimentos elegíveis,
úteis e potenciadores de criação de valor e algum emprego. Podia, era recorrer
a qualquer outro instituto mais voltado para o turismo e menos para a
agricultura.
José Pinto da Silva