quinta-feira, 21 de abril de 2016

NOVOS ALOJAMENTOS


           Não. Não se vai contar com os alojamentos que haverão de ser criados pelo projectado e aprovado hotel. Sabe-se que serão 25 quartos. Disponíveis quando estiverem ao dispor. Mas, por nele falar, levanta-se a curiosidade de ouvir ou ler qual virá a ser o nome por que virá a ser conhecido. De certeza que esse nome está decidido e, quem sabe, estará já escrito nas peças do projecto. Será Hotel das Termas? Este nome poderia ter justificação pelo que se lerá mais abaixo. Hotel Morte do Dragão? Alusão ao S. Jorge.
Ainda a respeito do mesmo aluda-se ao que vem plasmado na Acta da Reunião da Assembleia de Freguesia da União Caldas de S. Jorge / Pigeiros, de 28 de Setembro de 2015. A uma pergunta de um eleito sobre a situação do hotel e dos seus acessos, disse o presidente da Junta: “que o projecto está aprovado, vai ser feita candidatura ao PRODER, existem garantias por parte do proprietário, inclusive já foi contratado um gestor para dar início ao projecto, em relação aos acessos, estes serão feitos pelas Termas” (sic). Copiadas as palavras e a pontuação adoptadas pelo redactor. E estas informações merecem um comentário.
São as Termas que vão fazer os acessos, o mesmo que dizer que se responsabilizarão pela compra e demolição da Fabruima e da casa contígua e construirá o acesso. Como, ao que parece as Termas só têm gerado prejuízos nos últimos anos, será uma forma sub-reptícia de a Câmara entrar com os custos das acessibilidades. Ou será para ser feito um requerimento de financiamento a qualquer instituto e ser mais conveniente que seja em nome das Termas? Ou será mesmo para que esta obra não venha a aumentar o endividamento da Câmara? Não parece que esse dado tenha constado do caderno de encargos da cedência do terreno. Cedido e um euro o m2, mais a compra, demolição e estruturação do espaço criado. Muito dinheiro. Ficamos a saber que o PRODER – Programa de Desenvolvimento Rural poderá vir a financiar o hotel, inclusive já terá sido contratado um gestor para tratar das influências necessárias. Ficamos a imaginar qual a relação que se possa estabelecer entre um Hotel (de 4 estrelas, de luxo, portanto) e qualquer espécie de Desenvolvimento Rural. E a Câmara, ou as Termas em sua substituição, recorrerão também ao mesmo instituto para que o projecto (que ainda se não conhece) do acesso seja também financiado?
Afinal o que se queria evidenciar com esta nota era a criação outros alojamentos de classificação “HOSTEL” quer no edifício da antiga Estação dos Correios, quer na Casa da Bica, no extremo sul da rua António H. Ribeiro. É o que se vai dizendo e as obras em curso em ambos os edifícios sugerem isso mesmo. E será de acreditar que estes dois casos irão requerer ao mesmo instituto agrícola idêntico financiamento. A curiosidade está ainda no facto de todos os projectos a serem eventualmente financiados pelo Desenvolvimento Rural se situarem na Zona mais Urbana da Freguesia de Caldas de S. Jorge. Como estão outros projectos que foram também assim financiados.
Óbvio que nada há contra a ajuda ao investimento, tratando-se de investimentos elegíveis, úteis e potenciadores de criação de valor e algum emprego. Podia, era recorrer a qualquer outro instituto mais voltado para o turismo e menos para a agricultura.


José Pinto da Silva 
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