quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

Cavaleiros da Desgraça

CAVALEIROS DA DESGRAÇA

Recordamo-nos que há uns meses atrás fomos recordados que temos partidos políticos por cá que são especialistas em cavalgar descontentamentos e sempre aprecem à garupa de grevistas e manifestantes anti governo, não importando o que é reivindicado. Diz-se mesmo que integram as únicas (poucas) pessoas que folgam, e exprimem-no fortemente, quando as notícias apontam que a situação do país piorou, seja em dados económicos seja no desemprego. Com este parâmetro até salivam. E fazem-no com o único e consabido fito de capitalizar mais meia dúzia de votos, dando vida ao aforismo de que só têm hipótese de vingar e de se manter a partir do caos.
Vimos há dias o deputado Louçã à frente da greve/manifestação dos enfermeiros, como já se tinha visto dependurado nas manifestações dos professores, como se verá se houver greve ou movimentação de coveiros ou sacristães. Cavalga tudo o que cheire a anti governo.
Sem juízo de valor sobre possíveis razões dos empresários das diversões em festas e feiras (carrosséis, carrinhos de choque e quejandos), porque será que o Sr. Louçã não montou um camião e apontou uma daquelas buzinas de ar de ruído demolidor e não empunhou um cartaz a dizer “VOLTA SALAZAR, ESTÁS PERDOADO”, num apelo dos aos próximos? Poderão até ter razão, pensará o Sr. Louçã, mas são patrões e patrões são, por definição, exploradores. Afinal o que interessa ao BE não é ser contra o governo? Validar o aforismo bem seguido e usado pelos anarquistas: “si hay gobierno, yo soy contra”. Da confusão sabe ele colher o que pensa ser frutos. Fala contra despesismo, fala, fala, mas vota a favor do aumento das verbas para o maior gastador, o senhor da Madeira, onde o rendimento por pessoa é muito superior à média do país e muitíssimo superior ao rendimento das províncias mais interiores. Propõe aumento de gastos e diminuição das receitas, mas não diz como se pagam as reformas, os salários e toda a panóplia de subsídios que o BE quer ver aumentados.
Se não fosse a desgraça, seria bonito ver o fulano a governar meio ano. Regressaríamos a 11 Março de 75?
José Pinto da Silva
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