terça-feira, 13 de abril de 2010

Divers(os)idade

CPI
Vinha nos jornais que muitos dos documentos solicitados pela CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) à eventual compra da TVI pela PT, com conhecimento, ou não, do Governo e concretamente do primeiro-ministro e ao facto de ele (PM) ter ou não mentido no Parlamento, foram entregues ao Presidente da Comissão (Mota Amaral) sob condição de ficarem reservados exclusivamente aos deputados da comissão e de não poderem ser reproduzidos, porquanto contêm dados que serão segredos empresariais, etc. É por isso que foi exigido que as audições e debates que envolvam essas empresas e esses documentos fiquem fechados à comunicação social.
Apetece-me rir. Vai ser certo e seguro que vai haver deputados a gravar (há uns aparelhinhos muito discretos e muito fiéis) tudo o que ali for dito e discutido, para ser vendido aos jornais e é bem possível que alguns outros ponham os jornais a ouvir em directo via telemóvel ligado ao jornalista pagador. Veremos se, dois ou três dias depois, não vai aparecer tudo escarrapachado nos jornais.
ISENÇÃO DOS JUIZES
Li num livrinho titulado “A Fárria” um episódio decorrido no a seguir à II Guerra, passado num tribunal numa comarca do Alto Barroso. Num julgamento, determinado juiz terá aplicado uma sentença que deixou tudo de boca à banda, de tão estapafúrdia. E estão, diz o autor, não se sabe o que passou pela cabeça, OU PELO BOLSO, do juiz para decidir como decidiu. E como a decisão foi em favor de determinado mandão lá do sítio, imagine-se o que foi pensado. E agora? Será muito diferente? Só que os mandões são, muitas vezes, certos jornais que julgam e condenam na praça pública, influenciando as decisões finais e marcando indelevelmente o julgado que, mesmo que absolvido, fica com o ferrete da culpa, porque assim mandaram os jornais e certos crápulas, ditos jornalistas.
MONÓXIDO DE DIHIDROGÉNIO
É um composto que está nos rios e nos mares e que está mesmo no nosso corpo, na urina, no suor e nas lágrimas. Infesta e infecta tudo.
Estaria o ilustre leitor disponível para subscrever um abaixo-assinado de tamanho sem limite para que se banisse tal praga do nosso planeta? Claro. Seria tremendamente fácil pôr todo o mundo a assinar um tal documento, como é, muitas vezes, fácil manipular as populações menos informadas a respeito de qualquer termo ou facto. A palavra MONÓXIDO, só por si, põe todo o mundo de orelha guiada no sentido do contra. Logo, bana-se de imediato. Só que Monóxido de Dihidrogénio é um dueto de palavras que significam ÁGUA. Gastemo-la pouco, purifiquemo-la, mas não a queiramos banir.
RIBAU ESTEVES
Este político é o Presidente da Câmara de Ílhavo e, nessa qualidade, há dias recebeu o Primeiro-Ministro para presidir à inauguração de uma qualquer obra. E, na circunstância, disse, mais ou menos isto: “… Portugal destrói-se com a alimentação permanente de uma telenovela tipo Venezuela, de insultos gratuitos ao Primeiro-Ministro…”. Em boa verdade, nunca, em tempo algum, em Portugal tanto se vilipendiou um primeiro-ministro como têm feito com José Sócrates. Ele não merecerá a beatificação …. mas que não caiu na graça de um pequeno bando de predadores a que chamam jornalistas, isso é verdade.
HUGO CHAVEZ
Nos tempos mais recentes, ficou celebrizada a declaração desse ilustre LOUCO de que o sismo no Haiti não foi uma determinante da natureza, mas que foi uma experiência levada a cabo pelos americanos (ianquis, diz ele), experiência mal sucedida. E é, um tipo destes, presidente de um país do tamanho e com a importância da Venezuela. Haverá de morrer como um grilo. Espero eu.
Esse senhor foi motivo de uma notícia no Correio da Manhã há três ou quatro semanas, e ali se dizia que ele (Chavez) parece o dono de um circo que só quer animais amestrados e que há dias mandara prender o presidente da TVGLOBOVISION, por ofensa e vilipêndio e por protestar contra a perseguição à imprensa. A notícia termina com a maior sacanice jornalística e que cito ipsis verbis: Cá ainda não se conseguiu ir tão longe. Como se algum dia ocorresse em Portugal algo de perseguição ou tentativa de mandar prender, mesmo o mais crápula dos jornalistas.
José Pinto da Silva
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