quinta-feira, 17 de maio de 2012


ELEIÇÕES NO PS CONCELHIO
           
Tem sido assim em cada dois anos. Cumprem-se os estatutos. Este ano também. Havia um candidato assumido há muito, desde as distritais e desde formação de lista de candidatos a deputados. Ali ficou logo entendido que António Cardoso, indicado para candidato a substituir (mal, porque em lugar não de eleição e que, naturalmente deveria ter sido recusado, porque abaixou o prestígio da Feira), porque apoiado pelo líder distrital, haveria de ser o escolhido para ser o candidato de regime à concelhia e, logo se disse, por se saber ser sua ambição, que estaria a pôr o pé no arranque para se candidatar à Câmara Municipal. Ele tinha declarado antes que gostaria de tentar, quando não houvesse que ter Alfredo Henriques pela frente. De referir que, na reunião citada a seguir, Cardoso declarou que “SÓ em circunstâncias muito excepcionais é que seria candidato à Câmara.”
A certa altura, numa reunião para que fui expressamente convidado, adivinhava-se que se constituiria candidatura única, mesmo eventualmente liderada pelo Cardoso, uma vez que Sérgio Cirino, também candidato anunciado e presente nessa reunião, sem declaração formal de aceitação, deixou implícito, por alguma omissão, que aceitaria a unificação. Que teria a vantagem de se poder constituir uma Comissão Política (e um secretariado) com uma equipa que se dispusesse a discutir política, apreciar e analisar coisas políticas, locais, concelhias e mesmo nacionais e emitir opinião e tornar a opinião divulgada. Comissão Política para discutir política. Haveriam de, nos dias seguintes, reunir e ambos acertarem as agulhas e as condições.
Houve, diz-se, golpe baixo, dos não permitidos pelas regras da sã convivência, para mais entre gente do mesmo clã – como pesa a velha expressão de Churchill a dizer que os adversários estão lá fora, porque aqui dentro estão os inimigos – e terá sido doloroso ao ponto de Cirino se ter afastado, de todo. Caminho aberto para uma só candidatura, excluindo uma parte significativa do partido local? Poderia ser, e seria como tem sido desde há muitos anos. Amorfia absoluta, com resultados amorfos, seguramente.
Mas, instigada por ela mesma e também por alguns outros que lhe insinuaram apoio, a Margarida Gariso deu o passo em frente e começou a procurar os apoios que lhe regassem o ânimo. E avançou.
Parece ter coligido um razoável núcleo de colaboradores, eventuais integrantes do elenco, com bastante qualidade, atendendo ao projecto (Projeto5000) que foi elaborado, projecto que indicia exactamente um pensamento político abrangente, passando pelas teclas todas do teclado de interesses concelhios (haverá um que outro ponto que poderá merecer alguma reserva – a mim pessoalmente lastimo que o sector de infra estruturas tenha esquecido as Termas de S. Jorge (será bairrismo de minha parte?) – e, sobretudo, a sua equipa conseguiu dar ao projecto um aspecto gráfico/visual muito agradável e de fácil entendimento. Recordo que, a quando da supra aludida reunião, António Cardoso tornou público um seu projecto que, ou terá sido entrementes alterado e reestruturado, ou deixará os possíveis eleitores bem confusos. É o seu projecto.
Pessoalmente optei por apoiar esta candidatura de MARGARIDA GARISO, pela dinâmica que imprimiu à movimentação, pelo projecto que, com quem consigo colabora, apresentou e tem explicado cabalmente pelas secções e também porque se trata de uma candidatura espontânea, consequência de uma vazio criado pelo tal “golpe baixo” – lembram-se todos de outra espécie de golpes, estes altos, mas que fazem agora lembrar o aforismo de que quanto mais me esmurras mais gosto de ti)? – e pela garantia que tem sugerido de que sempre defenderá a inclusão, qualquer que venha a ser o resultado eleitoral. Sei que não se trata de candidatura planeada à distância – ela mesma apoiaria a candidatura única insinuada na tal reunião em que, também ela, esteve presente. Ao contrário da candidatura concorrente que começou a ser lapisada, senão antes, pelo menos quando, de forma inusitada e surpreendente, tendo sido número dois de Adriano Martins na luta para a distrital, numa operação de pesca à linha, saltou para o secretariado de Pedro Nuno. Ali ficou ao léu a estratégia para o futuro que se aproximava. Foi também, ao seu jeito, um golpe abaixado, apelador a certo apoio. Prefiro a outra candidatura que aparece com mais lisura. E mais dinâmica. E mais coerente.

José Pinto da Silva   
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