Não é muito
amiúde que vou catar o que quer que seja no sítio web da Junta, mas um destes
dias picou-me a curiosidade e lá fui no encalço do que pretendia. Não
encontrei, pois procurava algo que me informasse se os trabalhos levados a cabo
na ribeira ladeada pela Rua Rio Uima, de um lado e pelo dito, de outro, foram
objecto de algum concurso público ou restrito, se se trata de obra lançada pela
autarquia local (não está prevista em qualquer plano de actividades), se da
responsabilidade da Câmara e, assim, se é empreitada autónoma, se fica a
complementar outra qualquer iniciativa de que tenha sobejado verba. Parece
tratar-se de vegetação espontânea. Já agora e a propósito, fica a questão para
quem entenda por bem responder.
Nesse
deambular “interNético” fui à História da freguesia e no capítulo “Fundação da
Freguesia” divisei um erro que não faz sentido ser mantido sem correcção.
Escreveu-se
lá, quase no fim do capítulo – coisa curiosa, aparece lá a foto da casa do ZÉ
MOLEIRO, a que existia em 1954, ao tempo da grande cheia e que os técnicos
municipais, depois de intensos trabalhos de campo(?), dela não tomaram ciência,
mas tiveram a grande sageza de trocar a dita foto para se enganarem a si mesmos
– escreveu-se, então lá que “o
cemitério foi terminado e benzido em Outubro de 1982 …” , o que não é
verdade.
Tem o erro
ligeiro de um século, porque, em boa verdade, “ Em 1882 a Câmara concedeu um subsídio de 60000 (reis,
deduzo)- Em Outubro do mesmo ano foi o
cemitério benzido pelo vigário José Henriques da Silva – Em 1885 a Junta pediu
e obteve árvores para plantar no cemitério – Mas plantou árvores demais e
tiveram que ser mondadas por assombrarem e desfeiarem muito o cemitério – Em
1895 foi vedado um pedaço de terreno para o enterramento dos não católicos, no
canto norte poente e comunicando para um campo do passal por uma porta de ferro
– Em 1909 fez-se a primeira monda nas árvores – Em1911, por ordem do
administrador, a Junta mandou demolir o muro do terreno dos não católicos – Em
1914 fez-se a segunda monda nas árvores, foi levada a esquadria, cimentou-se a
entrada e um rego d’esgoto ao correr do muro – Em 1917 nova monda nas árvores e
caiação das paredes – Em Janeiro de 1922 foi criado o cargo de coveiro e zelador
do cemitério – Em 1934 foi feita uma tarima de pedra e ali assenta apoio dos
caixões, durante a encomendação dos cadáveres – O cemitério tem quatro
taboleiros separados por passeios com orlas de murta – No passeio do fundo
ergueram cinco capelas: A começar do sul – a pertencnte à família do conde, com
data de 1888; - a pertencente à Casa do Carvalhal, sem data; - a pertencente à
família Santos, da Sé, com data de 1883; - a pertencente à família Oliveira, da
Sé, com data de 1896; - a pertencente à Casa do Engenho com a data de 1899. No
mesmo passeio, da parte sul, está um jazigo em forma de eirado, com 1 metro de
altura e contendo sepulturas da família Gaio, de Casaldoído. E outros jazigos
se fizeram em vários sítios do cemitério, a maior parte gradeados e entre os
quais se destacam: o da Casa Oliveira, das Airas, com a data de 1923; o da Casa
da Ribas, com a data de 1905; e o da família do Costeiro. O portão do cemitério
tem a data de 1881 – há mais: o do Américo da Costa (1937) – o do Cruz (1937) –
o do Bernardo (1937) .
Toda esta
panóplia de informação está disponível e é oficial. Não havia, pois,
necessidade de meter na página oficial erros informativos. Urge a corrigenda.
José Pinto da Silva