sábado, 16 de janeiro de 2016

DE NOVO NA CHEIA GRANDE - 1954














Quis o acaso que acedesse a uma copiosa série de bandas informativas (reproduzo uma) tituladas “Bacias Hidrográficas do Concelho de S M Feira) e, com a generosa complacência da Direcção do “Terras”, folheei dezenas de edições do jornal para ver alguns dos conteúdos. Ignorei as bacias voltadas ao litoral, para olhar para as que drenam para a vertente do Douro.
O que logo me chamou a atenção foi a mentira exposta ao reiterar que “a pior cheia verificou-se em 2001” (1), mentira justificada, já que o(a) autor(a) do trabalho – não imagino quem foi – se suportou nos dados fornecidos pela Câmara e pelos seus técnicos (?). Insistem esses soi disants técnicos em ignorar a cheia de 1954 que leva a de 2001 para o classificativo de “pequena enchente”. Abaixo faculto um novo dado para galgação e para evidenciar a “galga” que os tais “técnicos” insistem em atirar ao público. Nas consultas que (não) fizeram, por que razão ignoraram o Sr. Salvador Soares Silva. Se não quiserem ouvir o esclarecimento dele, consultem o livro de sua autoria titulado ‘’ FIÃES. TEXTOS INSERTOS SÉCULO XX E CURIOSIDADES DO RIO “ÀS AVESSAS” nas pag. 240/1/2. Pelo que ocorreu em Fiães, no rio Às Avessas, e porque a tromba de água atingiu toda a região, fácil deduzir o que se passou em S. Jorge e Lobão e nas terras banhadas pelo Uíma. Curioso é que nem os “técnicos” nem o autor das “Bacias Hidrográficas…” não tenham feito qualquer referência aos dois afluentes do Uíma a desaguar em S. Jorge – nunca terão neles ouvido falar? – e que são a Ribeira da Fonte Fria (informem-se dos estragos feitos pela tromba de água de 1954 sobretudo na Ribes) e a Ribeira das Éguas). No trabalho a que se alude diz que, além das achegas da Câmara e dos seus técnicos foram ouvidos moradores e recordo que a já glosada “Informação Técnica” escrita por “técnico(?)” tem anexo um depoimento de um ‘’morador’’ que não era nascido em 1954. E não falo nas tolices na depoência. Logo …!
No último escrito sobre o tema e inserto no “Terras” exibi uma foto do moinho da Ti Arminda e dei a cota atingida pela água naquele ponto para galgação para o moinho do Zé Moleiro. Agora mostro este moinho a contrastar com a Casa dos Caldas (ao tempo conhecida como a Casa da Ti Aurora – mãe dos Caldas). Na parte central da casa vêem-se duas placas semi-transparentes (em frente das duas últimas janelas da Fabruíma) e tem um ponto luminoso – o globo de um candeeiro. Pois a água, na cheia de 1954, chegou à altura daquele ponto luminoso. Não fui medir e deixo aos técnicos camarários a galgação daquele ponto para o cume do moinho.
Se sustiverem alguma dúvida, estão, felizmente, vivas três ou quatro pessoas das que viviam naquela casa inundada em 1954. Inquiram-nas. Foi o que fiz. Há poucos dias.
Gostaria muito de conhecer o(a) autor(a) daquele trabalho – trata-se de muitas dezenas de fotogramas das Bacias Hidrográficas e houve muitas que não visualizei – e de com ele(a) trocar impressões sobre o tema “CHEIAS NO RIO UÍMA” e, se assim entendido, ouvir pessoas que, em 1954, eram jovens ou mesmo adultos e que viveram aquele “espectáculo”.

José Pinto da Silva
(1) Esta expressão aparece em muitos
      dos fotogramas

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