terça-feira, 26 de janeiro de 2016

FERIADO MUNICIPAL



Sem que a ideia tenha sido por mim gerada não me sentiria diminuído se fosse o autor nasceu há dois anos, num bota fora de conversa em tertúlia, a sugestão de que o FERIADO  MUNICIPAL deixasse de o ser, passando cada freguesia a determinar o seu dia de paragem. Que haveria de ficar com o estatuto de um feriado como é o do municipal.
Fácil é constatar que o feriado municipal não significa um dia de paragem do labor no território do município, mas tão só um dia que é pago a quem trabalho por conta de outrem, sendo que muita da actividade produtiva se mantém nesse dia, recebendo o trabalhador em dobro, ou sendo o descanso transferido para outro dia a estabelecer (quantos, em quantas terras, trabalham no feriado da Sexta Feira Santa, para folgarem na segunda feira de Páscoa?), ou até sendo acrescentado aos dias a gozar de férias?
Fora de causa retirar a remuneração desse dia sem trabalho, mas transferir a paragem para dia a adequar por cada freguesia, que bem poderia ser o dia do orago de cada qual.
No que a Caldas de S. Jorge respeita, sem que tenha sido feita qualquer consulta concreta, é
convencimento alargado de que o dia 23 de Abril diria muito mais à população do que o dia das Fogaceiras.
Tempo houve em que a fogaça se ligava ao 20 de Janeiro. Agora a fogaça é cozida quase diariamente em tudo quanto é padaria, pelo que deixou, em absoluto, de se ligar ao milagre da extinção da peste. Passou a ser um produto industrial condicionado na sua composição (receita), para ser considerada como produto certificado, sendo que, diz-se, algumas receitas locais serão bem mais generosas e gostosas do que a receita padronizada. Quem se não lembra e quem não pede ainda uma fogaça das Magalhães? Que é mais saborosa e mais fofa, menos esticadiça do que a da receita padrão. 
Tive o gosto, com que satisfação, de ser agraciado com uma fogaça cozida em forno caseiro, por senhora que trabalhos uma vida numa conhecida regueifeira do clã Magalhães. E concluo que cesse a receita certificada, porque outra, mais antiga, merece ser alevantada.
É claro que o dia 20 de Janeiro é dia de grande romaria na freguesia de S. Sebastião (ou S. Nicolau?), a que se dá grande pompa, ou não fosse organizada e suportada pela Feira Viva, empresa municipal, e que atrai muita gente, quiçá de fora da área do município, até porque de festividade com nota tem a procissão das Fogaceiras, algo vistosa, mas pouco diferente de uns anos para os outros. É uma festa da freguesia de S. Sebastião, como temos, em ponto mais pequeno, porque com menos meios, a Senhora da Piedade, em Canedo. E porque organizada por instâncias municipais, estas usam a sua influência para a divulgação nos diversos suportes divulgadores, sobretudo a televisão, sobressaindo-se aí a RTP.
A ideia não vai cair em saco furado. Feriado freguesial.


José Pinto da Silva
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