Foi exactamente no dia de hoje. Estava na sossegada leitura do jornal, depois do habitual café, no Café, e vi entrar duas senhoras de bata branca que se sentaram numa fugaz conversa com pessoa que estava em mesa ao lado da minha. Saíram bem rápido e, como as não conhecia, a curiosidade levou-me a perguntar à vizinha de mesa quem eram as forasteiras. Se eu as não conhecia! Uma é minha sobrinha e ambas são cuidadoras ao serviço do Centro Social PADRE OSÓRIO, de Pigeiros e vêm cá a S. Jorge diariamente porque prestam cuidados assistenciais a diversas pessoas de cá, nomeadamente cuidados de higiene e, em muitos casos, de alimentação. Mas então, avancei eu, não temos cá um Centro que presta os mesmos serviços e tem, de resto bem melhores condições. Pelo menos no que a instalações diz respeito.
Lá isso é verdade. Só que o Centro de cá presta também esses serviços, mas .... aos fins de semana NÃO, enquanto que a Padre Osório dá apoio 365 dias por ano. E depois..., ao que se consta, alguns doentes são mais ou menos riscado da "clientela" normal, porque ou são difíceis no trato, ou são muito pesados, pelo que ... sopra-se a pena que vá poisar noutro.
Fiquei intrigado, porque efectivamente não fazia a mínima ideia de que tal se passava. Há bastante
tempo sabia-se que o Centro de Dia fechava aos fins de semana e no tempo de férias, o que era absolutamente anómalo e injusto. Agora sabe-se que não fecha para férias e quanto a prestação de apoio aos fins de semana, por sequência de razão, fechará. E o apoio ao domicílio para alimentação? Também fecha?
Não vou parar nisso. O que não deixa de merecer encómios é o trabalho da Instituição de Pigeiros que tem a certeza de que, aos fins de semana, os acamados têm naturalmente as mesmas reacções fisiológicas, de estômago e de intestino. Ainda bem!
José Pinto da Silva