sexta-feira, 27 de maio de 2016

IN MEMORIAM



Deves ter-te apercebido, cara Luísa, de que senti um baque sufocante no momento em que recebi a notícia do teu passamento para o outro lado da vida. Uma confusão de pensamentos me avassalaram a ideia e ocorreu-me aquele jargão que sempre se diz quando se perde um elemento fulcral de não importa que organização; “os cemitérios estão atulhados de insubstituíveis”. E, claro, foste substituída, direi eu que bem substituída, mas fico persuadido, e o teu substituto pensará comigo, de que ficaram, e ficarão mais uns tempos, alguns espaços por encher totalmente. A tua dinâmica, o teu fervor pela instituição de que foste o ovo, fazia-te respirar RESPIRA em todos os momentos e em todos os teus movimentos. E algumas vezes me apercebi de que a tua dinâmica implicava um esforço físico desmesurado. E, agora, não me é difícil imaginar esse esforço, porque o sinto, em agravamento, lento, mas continuado, em mim e na minha andança.
Fica-me, saudosa Luísa, o encanto de ter sido, contigo e mais alguns, elemento associado fundador da RESPIRA e, agregado ao encanto, o desgosto de, pela separação física de ti e do centro nevrálgico da Associação, não ter podido fazer corresponder ao “cargo” para o qual me propuseste e para o qual fui eleito, com o trabalho correspondente. Para te ajudar. Limitei-me a, por indicação tua, a, com as minha limitações naturais a estar presente, cá na zona norte, num ou noutro evento, em mera representação. Procurei, sempre, não decepcionar a representada.
Ao debitar estas linhas que quero consideres uma homenagem a ti, ser humano de eleição e quero, nesta hora, curvar-me perante a tua memória. Fica bem. Fica no sossega da tua paz.


José Pinto da Silva

NOTA: Nota escrita a quando da partida para ´éter da Dra. Luísa Soares Branco, presidente da Direcção da RESPIRA, Associação de Doentes de que fui dirigente e de que agora sou só Associado, texto destinado a ser inscrito no jornal O2, no número inteiramente dedicado à Luísa, que foi a Presidente. Sempre.
Comentários
0 Comentários