quarta-feira, 1 de junho de 2016

AINDA O ESPÓLIO DO PADRE DOMINGOS



Eu amiúde que oiço que, agora, o que falta mesmo é a Câmara dar corda às luvas, e também à bolsa, e iniciar as obras indispensáveis no edifício da antiga sede da junta de Freguesia de Pigeiros que todos os intervenientes, e novos adeptos entrementes aderentes face às obras apontadas, adoptaram (quando digo todos refiro-me a Câmara, Adritem, Bibliotecária, os sobrinhos do doador (fiéis depositários), o Testamenteiro e a Junta de Freguesia), ainda que me não saia da ideia que esta adopção tem dois impulsos: primeiro, todos (exceptuando talvez a Bibliotecária) foram atacados por um prurido comichoso ao ouvir chamar Centro Cívico Feliciano … Martins, mesmo todos sabendo que o nome foi atribuído após consulta, ao jeito de referendo, ao povo de Pigeiros; segundo, porque as obras de vulto no edifício novo – Centro Cívico – que seriam imprescindíveis, poriam em evidência toda a incompetência plasmada em praticamente todas as fases da construção, começando logo no projecto, seguindo a drenagem do lençol de águas subterrâneas, a luminosidade e a divisão do espaço para o fim a que era destinado. Aquilo não foi pensado nem riscado para vir a ser uma acomodação de um grande e valioso acervo bibliográfico / documental doado à Câmara e por esta aceite. Enfim, foi tudo feito em cima do joelho, como se diz quando sai tudo torto.
Conversei ultimamente com um membro da autarquia da banda da maioria e foi-me dito assertivamente, o que me surpreendeu positivamente, que o presidente da Junta o informara que as obras na antiga sede da Junta serão de fundo e insinuou que a Câmara as terá assumido. Assim sendo, espera-se a elevação do pé direito de toda a obra, a execução de dupla parece em todo o perímetro, a construção de nova cobertura e telhado, a demolição de todas as divisões interiores para criação de espaço amplo, a criação de zona sossegada para leitura e estudo, feitura de piso novo e de espaço de atendimento e construção de novos sanitários na traseira nascente do prédio. E já agora, seguindo a sugestão e vontade da fiel depositária, porque fica a haver espaço, a criação de uma sala recebedora de diversos objectos pessoais do Padre Domingos e que a sobrinha gostaria de ver preservados e mostrados.
Se assim for, e parece ser essa a proposta aceite pela Câmara, a comunidade Pigeirense ficará com outro espaço que, espera-se, dará dignidade ao espólio que albergará. Não satisfará, saiba-se lá, a revolta do doador, mas respeitará a obra.
O ano de 2017 será óptimo para se completar a obra. Será objectivo das objectivas e poderá adornar certos panfletos, flyers ou desasados, a espalhar profusamente em época marcada e marcante, ao som de potentes altifalantes.
Mas que avance. Já.


José Pinto da Silva  
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