terça-feira, 15 de agosto de 2017

À VOLTA DAS VOLTAS DO RIO UIMA




Título genérico REDE DE PARQUES METROPOLITANOS NA GRANDE ÁREA METROPOLITANA DO PORTO. RELATÓRIO FINAL - FEVEREIRO DE 2009

Apareceu-me, trazido por não sei quem, um sítio WEB »rios.amp.pt/sitios-am« que mostra diversas imagens do rio Uima, desde a nascente à foz, destacando, como fotos, algumas das construções entrementes feitas nas margens.
Vou reportar-me, num ligeiro comentário, só no que refere a Caldas de S. Jorge, até porque desconheço, quase em absoluto o que se passa quer a sul quer a norte das Caldas.

Como primeira nota, refiro a alusão que é feita a algumas Rotas de Moinhos e tão só para lamentar que em Caldas de S. Jorge nada se tenha feito para recuperar um que seja, em terra que chegou a ter muitos. A olho, direi que chegou a ter 7 ou 8 a funcionar. O que se tem feito é mesmo destruir as canais condutores que levavam a água aos moinhos, a partir das levadas, elas também destruídas nalguns casos.

Quando fala na partePatrimónio Cultural, alude à "Ponte Romana do Engenho" e no histórico diz que, sendo romana, foi reconstruída em 1866 (é a data que lá está gravada numa pedra lateral) e que mais tarde (há pouco tempo) foi beneficiada pela autarquia local. Claro que aquela ponte não é Romana coisa nenhuma e a data lá gravada é a data da sua construção primeira. Tal foi dito e escrito pelo Padre José Inácio da Costa e Silva, conforme seu manuscrito que se reproduz acima. De resto e na mesma altura foi construída também a Ponte do Mourão, em Tugilde Lobão, equipamento que tem a mesma configuração construtiva, nomeadamente o arco, tendo como única diferença o não ter guarda corpos, ou muros laterais, enquanto que a do PIZÃO tem. 
É sabido que muita gente se lhe refere como Ponte Romana, mas, se porventura fosse, a mexida que lhe foi feita recentemente pela autarquia teria sido um crime de lesa património, porque lhe alterou substancialmente o aspecto quer de piso quer de guarda corpos.

Noutro local e ao falar de poluição insiste bastante em descargas poluentes efectuadas pelas fábricas de carrinhos de Caldas de S. Jorge. O texto quase identifica a "origem". Ora, ao que sei, essa empresa há muito que adoptou tecnologia evoluída de cromagem que não larga os efluentes poluentes a que estávamos habituados, nomeadamente com uso de cianeto. No que respeita à poluição das pedreiras de granito, é verdade que em época de chuvas mais fortes, o pó de pedra era arrastado e chegava ao rio. Mas, foi-me dado ler um relatório segundo o qual fazia referência ao grande aumento de caudal, por causa das chuvas e lá se dizia que as partículas em suspensão, porque muito mais pesadas, desciam muito rapidamente não afectando a fauna, ou afectando pouco e nunca ao ponto de a dizimar.

Noutro ponto é dito que, em Caldas de S. Jorge, existe um exemplar de Património Arqueológico Industrial e diz que esse exemplar é a FABRUÍMA. Não merece comentário a ignorância.

Diz-se ainda que "o Uima foi, nalguns sectores, desviado do seu curso principal, como, por exemplo, no Engenho. Ora, se este Engenho é o lugar de Caldas de S. Jorge onde está implantada a Ponte (não) Romana, o curso do Uíma não foi desviado coisa nenhuma. Quem escreveu, fê-lo só por ouvir dizer e não teve o cuidado de confirmar o informe.
De todo o modo, é capaz de valer a pena navegar sobre o sítio.

José Pinto da Silva

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