quarta-feira, 4 de outubro de 2017

NO DEPOIS DO RESCALDO LOCAL


Premissas: O Partido Socialista teve um resultado muito negativo nestas eleições;
                     A lista candidata sob a sigla PS, vista figura a figura era muito válida e, juntas,    
                        constituíam um notável elenco;
                    Foram cometidos alguns erros, rectificados a tempo, mas que deixaram sequelas.
Declaração de interesses: Não fui tido nem achado para abordagem a qualquer dos candidatos, do primeiro ao derradeiro, não opinei (nem fui consultado) para preparação da estratégia eleitoral, seja logística, seja de elaboração do programa. O que me foi chegando era o já decidido e irreversível. Não participei, pois, em nada relacionado com a campanha eleitoral. Se fosse eu, não faria, talvez, nada melhor, não escolheria, talvez, gente melhor. Poderia era fazer diferente nalguns detalhes.
1-      Não fui comparar, nem senti pachorra para tal, a votação de 1/10 com votações em eleições de há 8, 10, 16 ou 20 anos. Houve, se me recordo bem, eleições em que o PS ficou ainda mais desnivelado e chegou mesmo a perder um (ou mesmo dois) eleitos. Mas sendo o diapasão comparativo a eleição de 2013 (memória mais curta) este resultado de agora é deveras mau, ainda que, em termos práticos, tenha dado o mesmo resultado em eleitos: 5 vs 4. Tinha-se perdido por 20 votos e agora houve mais de 350 votos de diferença. E isso deixa mossa nos egos.
2-      Atrever-me-ia a sugerir fosse analisada a lista nome a nome e, francamente, não tenho pejo de afirmar que se trata de um grupo heterogéneo na formação, na experiência de vida (nalguns casos de vida autárquica), nas actividades pessoais e profissionais e na cultura associativista e absolutamente homogéneo na vontade de tudo fazer em prol das freguesias que (ainda) constituem a “União”. Porquê não conseguiram a anuência do povo eleitor? Falta de carisma? De capacidade de espalhar empatia pessoal? Mesmo sendo todas, pessoas de trato cordial e de acesso fácil? Ou foi mesmo o PS local a levar?
3-      Dos erros cometidos, todos terão a ver com abordagem de pessoas que, na minha visão pessoal e particular, não dignificariam o partido e a Secção, sendo que a mais notória, e grave, foi o convite, que deu em aceitação de pessoa, cuja indigitação eu, logo que soube, verberei e que, reconhecido o erro, teve que ser “desconvidado”. E o mal ainda maior foi o convite e aceitação ter sido objecto de comunicado da secção e ter sido publicada foto nas redes com o convidado, a Coordenadora e a candidata do PS à Câmara Municipal. Foi demasiado mau, mas, mesmo com sequelas, foi bem melhor do que deixar avançar o processo. Sabe-se que este caso foi, eu diria que maldosamente, instigado por gente lateral e, se me não engano, por quem não o devia ter feito. “Sabem do que e de quem estou a falar”, parafraseando o outro. Direi mesmo que, se eu estivesse na responsabilidade da secção e houvesse uma qualquer maioria que se formasse a empurrar aquela candidatura, eu colocar-me-ia logo como alternativa, forçando a secção a uma tomada de escolha. Direi mais que, tornadas públicas a notícia e a foto, fui contactado por pessoa que, pensando que eu teria algo a ver, me perguntou se tínhamos perdido o sentido do bom senso. E adiantou mais que, a ir avante, se disporia a avançar com uma lista alternativa, ao que eu respondo que escreveria à Secretária-Geral Adjunta do PS a contar a história e a quem pediria para me permitir integrar uma lista que sairia contra a lista oficial do partido. Diz-se e terá algum fundo de verdade que a Secção tem estado amorfa nos últimos tempos. Será verdade, mas nos mais de 20 anos em que me coube a tarefa de coordenador, vários períodos houve que tais. Estou livre de voltar a ter a mesma responsabilidade e parece-me que o maior mal da secção foi o de não ter conseguido captar mais gente nova que se disponha a revitalizar a secção que chegou a ser a mais dinâmica e movimentada do concelho. Como fundador da secção, seu primeiro coordenador e seu dinamizador durante anos, lamento o fenómeno. Mas não critico ninguém. Como tenho dito várias vezes, continuarei a pagar as minhas quotas, manter-me-ei inscrito para respeitar, pelo menos, um documento assinado pelo, agora, Secretário Geral das Nações Unidas. Documento assinado durante a campanha autárquica de 2001. E houve mais oito que receberam igual DIPLOMA. Acho que só dois ou três se mantêm inscritos e com quotas pagas (ou que de certeza as pagam no próximo acto eleitoral interno). Como tenho pena…!
4-      Quanto às eleições, venceu quem o povo quis que ganhasse. Continuarei mais ou menos atento ao evoluir do cumprimento do programa vencedor. Que nada fique como a concretização do hotel.
José Pinto da Silva

(texto de inteira e única do subscritor) 
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