Premissas: O Partido Socialista teve um resultado muito negativo nestas eleições;
A lista
candidata sob a sigla PS, vista figura a figura era muito válida e, juntas,
constituíam um notável
elenco;
Foram cometidos alguns
erros, rectificados a tempo, mas que deixaram sequelas.
Declaração de interesses: Não
fui tido nem achado para abordagem a qualquer dos candidatos, do primeiro ao
derradeiro, não opinei (nem fui consultado) para preparação da estratégia
eleitoral, seja logística, seja de elaboração do programa. O que me foi
chegando era o já decidido e irreversível. Não participei, pois, em nada
relacionado com a campanha eleitoral. Se fosse eu, não faria, talvez, nada
melhor, não escolheria, talvez, gente melhor. Poderia era fazer diferente
nalguns detalhes.
1- Não
fui comparar, nem senti pachorra para tal, a votação de 1/10 com votações em
eleições de há 8, 10, 16 ou 20 anos. Houve, se me recordo bem, eleições em que
o PS ficou ainda mais desnivelado e chegou mesmo a perder um (ou mesmo dois)
eleitos. Mas sendo o diapasão comparativo a eleição de 2013 (memória mais
curta) este resultado de agora é deveras mau, ainda que, em termos práticos,
tenha dado o mesmo resultado em eleitos: 5 vs 4. Tinha-se perdido por 20 votos
e agora houve mais de 350 votos de diferença. E isso deixa mossa nos egos.
2- Atrever-me-ia
a sugerir fosse analisada a lista nome a nome e, francamente, não tenho pejo de
afirmar que se trata de um grupo heterogéneo na formação, na experiência de
vida (nalguns casos de vida autárquica), nas actividades pessoais e
profissionais e na cultura associativista e absolutamente homogéneo na vontade
de tudo fazer em prol das freguesias que (ainda) constituem a “União”. Porquê
não conseguiram a anuência do povo eleitor? Falta de carisma? De capacidade de
espalhar empatia pessoal? Mesmo sendo todas, pessoas de trato cordial e de
acesso fácil? Ou foi mesmo o PS local a levar?
3- Dos
erros cometidos, todos terão a ver com abordagem de pessoas que, na minha visão
pessoal e particular, não dignificariam o partido e a Secção, sendo que a mais
notória, e grave, foi o convite, que deu em aceitação de pessoa, cuja
indigitação eu, logo que soube, verberei e que, reconhecido o erro, teve que
ser “desconvidado”. E o mal ainda maior foi o convite e aceitação ter sido
objecto de comunicado da secção e ter sido publicada foto nas redes com o
convidado, a Coordenadora e a candidata do PS à Câmara Municipal. Foi demasiado
mau, mas, mesmo com sequelas, foi bem melhor do que deixar avançar o processo.
Sabe-se que este caso foi, eu diria que maldosamente, instigado por gente
lateral e, se me não engano, por quem não o devia ter feito. “Sabem do que e de
quem estou a falar”, parafraseando o outro. Direi mesmo que, se eu estivesse na
responsabilidade da secção e houvesse uma qualquer maioria que se formasse a
empurrar aquela candidatura, eu colocar-me-ia logo como alternativa, forçando a
secção a uma tomada de escolha. Direi mais que, tornadas públicas a notícia e a
foto, fui contactado por pessoa que, pensando que eu teria algo a ver, me
perguntou se tínhamos perdido o sentido do bom senso. E adiantou mais que, a ir
avante, se disporia a avançar com uma lista alternativa, ao que eu respondo que
escreveria à Secretária-Geral Adjunta do PS a contar a história e a quem
pediria para me permitir integrar uma lista que sairia contra a lista oficial
do partido. Diz-se e terá algum fundo de verdade que a Secção tem estado amorfa
nos últimos tempos. Será verdade, mas nos mais de 20 anos em que me coube a
tarefa de coordenador, vários períodos houve que tais. Estou livre de voltar a
ter a mesma responsabilidade e parece-me que o maior mal da secção foi o de não
ter conseguido captar mais gente nova que se disponha a revitalizar a secção
que chegou a ser a mais dinâmica e movimentada do concelho. Como fundador da
secção, seu primeiro coordenador e seu dinamizador durante anos, lamento o
fenómeno. Mas não critico ninguém. Como tenho dito várias vezes, continuarei a
pagar as minhas quotas, manter-me-ei inscrito para respeitar, pelo menos, um
documento assinado pelo, agora, Secretário Geral das Nações Unidas. Documento
assinado durante a campanha autárquica de 2001. E houve mais oito que receberam
igual DIPLOMA. Acho que só dois ou três se mantêm inscritos e com quotas pagas
(ou que de certeza as pagam no próximo acto eleitoral interno). Como tenho
pena…!
4- Quanto
às eleições, venceu quem o povo quis que ganhasse. Continuarei mais ou menos
atento ao evoluir do cumprimento do programa vencedor. Que nada fique como a
concretização do hotel.
José Pinto da
Silva
(texto de
inteira e única do subscritor)